São Paulo enfrenta sem medo o Bolívar e a altitude

A altitude de La Paz deve ser o único ponto a incomodar o São Paulo na partida de volta contra o Bolívar, nesta quarta-feira, às 22 horas (de Brasília), no estádio Hernando Siles, pela fase preliminar da Copa Libertadores. Com os impiedosos 5 a 0 aplicados na semana passada no Morumbi, o time tricolor entra em campo ciente de que apenas uma catástrofe – ou um desleixo muito acima da média – é capaz de tirá-lo da fase de grupos. Se confirmar a vaga, entra no Grupo 3 ao lado de Atlético Mineiro, Arsenal, da Argentina, e The Strongest, da Bolívia.

Historicamente, os 3,6 mil metros de altitude da capital boliviana nunca foram problema. Em quatro jogos, são três empates e uma vitória; números que se não pesam na hora de decidir a partida ao menos mostram que o fantasma pode nem ser tão feio quanto alguns pintam. “Acho que isso está muito ligado também ao lado psicológico. Lógico que existe a parte prática em que o oxigênio diminui e você não tem a mesma normalidade que jogar em São Paulo, mas quanto mais se fala mais se entra pensando nisso. O que muda é a velocidade da bola, o resto vai muito do organismo de cada um”, afirmou o goleiro e capitão Rogério Ceni, que já atuou algumas vezes em La Paz.

Embora tenha construído uma vantagem extremamente confortável no Morumbi, ninguém trata o duelo como jogo sem valor, a começar de Ney Franco. O treinador descansou os titulares contra o Atlético Sorocaba no fim de semana para ter o grupo fisicamente inteiro contra os bolivianos e mandará a campo o que tem de melhor. A única dúvida está na lateral direita – Paulo Miranda e Douglas brigam pela posição. “Ele não falou nada (sobre ser titular). Estou bastante confiante, mas o Douglas fez bons jogos também”, analisou Paulo Miranda.

Jadson mais uma vez deve ser o responsável pela criação das jogadas. Ele foi o principal jogador da primeira partida e recebeu elogios generosos do treinador. Paulo Henrique Ganso, com isso, deve ser novamente opção no banco. “Sabemos que eles virão para cima especialmente nos primeiros minutos para nos encurralar, mas precisamos ter tranquilidade para conduzir a partida e aos poucos imprimir nosso ritmo de jogo para sairmos com mais uma vitória”, disse Jadson.

A partida pode ter um sabor especial para Luis Fabiano. O atacante, que marcou duas vezes no primeiro jogo, pode superar Rogério Ceni como maior artilheiro do São Paulo no torneio. Com 10 gols pelo clube tricolor, precisaria de pelo menos dois para, no mínimo, igualar a marca do goleiro.

LABORATÓRIO – Mais do que sacramentar a classificação, o jogo pode ter o caráter de experimento para o futuro da equipe na competição. Isso porque o The Strongest, um dos rivais na fase de grupos, também é de La Paz e joga no mesmo estádio que o Bolívar. Por isso, os jogadores querem aproveitar o compromisso para se prepararem caso confirmem a vaga e tenham que voltar à cidade. “Serve muito para que, se passarmos, já tenhamos uma experiência na altitude. Só mudará o adversário”, concluiu Rogério Ceni.

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