Copa pode tirar votos, avaliam especialistas

As eleições municipais que acontecem dia 7 de outubro, para eleger prefeitos e vereadores, terá a Copa do Mundo como uma espécie de calcanhar de Aquiles para os candidatos, especialmente em Curitiba. Por conta de investimentos públicos em um patrimônio privado – no caso, a Arena da Baixada, do Atlético -, especialistas em marketing político e eleições avaliam que o assunto deverá ser tratado com extrema delicadeza pelas equipes que coordenarão as campanhas dos candidatos.

Para evitar perder votos, analistas avaliam que a estratégia da maioria será “camuflar” o tema estádio. Mas os prognósticos ainda são considerados prematuros e é preciso ver o alinhamento inicial das campanhas para obter uma conclusão mais precisa. Porém, segundo o mestre em ciências políticas da Universidade Federal do Paraná, Emerson Cervi, alguns pontos já são possíveis cravar: os candidatos tentarão exaltar as obras de mobilidade na capital paranaense, mas esconder a engenharia financeira do potencial construtivo para financiar a reforma na Arena. “Trata-se de um assunto que, se de um lado ganha os votos dos atleticanos, pode perder os dos eleitores que se identificam com o Coritiba, por exemplo”, aponta Cervi.

Murilo Hidalgo, diretor da Paraná Pesquisas, é mais incisivo ao falar sobre o assunto e avalia que o tema estádio da Copa será proibido nas campanhas dos candidatos a prefeito, principalmente. “É um assunto único que será tratado de duas maneiras, com o estádio de um lado e as obras de mobilidade de outro. A Arena da Baixada envolve o governo municipal, estadual e a União nas obras. Por isso, ninguém vai querer tocar no assunto porque os atleticanos podem achar que estão contrários ao clube. Já quem defender perde o lado dos outros torcedores. Todo mundo tem envolvimento e não vai querer apontar a participação do outro”, explicou Murilo.

Para o coordenador do MBA Marketing da UFPR, e diretor da Metamidia Pesquisas, Romeu Rössler Telma, a previsão é um pouco diferente, ele aposta em uma discussão maior sobre o tema Copa do Mundo. No entanto, avalia que as obras de mobilidade vão virar bandeira, enquanto o estádio, segundo o especialista, será uma “faca de dois gumes” para os candidatos. “É um assunto delicado, pois é uma obra pública, numa entidade particular, privada. É pano para manga. Antevejo grandes discussões em cima disso, mas o mote vai depender do marketing das campanhas. Isso é sim uma faca de dois gumes que pode cortar para os dois lados”, resumiu.

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