Negócio fechado

Novo estádio do Coritiba vai ser na área do Pinheirão

O Pinheirão não foi leiloado ontem à tarde, mas numa manobra ágil da Federação Paranaense de Futebol, poucas horas depois do leiloeiro Jorge Dela Nogari encerrar o leilão, a entidade selou acordo com o grupo de investidores que representava a construtora OAS na negociação. A FPF não quis confirmar a venda, fechada inclusive acima de R$ 66.635.550,00, que era o lance mínimo, mas o deputado estadual Reinhold Stephanes Júnior (PMDB), que é conselheiro do Coritiba, garantiu que a venda foi formalizada na tarde de ontem.

O parlamentar, inclusive, chegou a comemorar a parceria que será firmada entre o Coritiba e a empreiteira baiana para a construção de um novo estádio onde hoje está o desativado Pinheirão. “O leilão era o único entrave que havia, porque não deu tempo de comunicar o leiloeiro. Acompanhei todo o processo, pois sou conselheiro do Coritiba e a informação vem da assinatura do contrato”, disse Stephanes em entrevista ao Paraná Online, garantindo que a negociação foi fechada.

O deputado afirmou ainda que tudo será formalizado na próxima semana, assim que a empresa fizer o depósito em nome da federação. “Na semana que vem será feito o depósito e serão resolvidos todos os problemas com o IPTU, o INSS e o Atlético”, frisou. Pelo twitter, Stephanes foi mais detalhista sobre o novo estádio alviverde. “E o Coritiba vai construir, onde hoje é o Pinheirão, seu novo estádio. Terá capacidade para 45 mil torcedores e muito moderno”, escreveu.

O presidente da FPF, Hélio Cury, admitiu apenas que há uma negociação muito próxima de ser fechada e com valores muito mais vantajosos que os R$ 66 milhões que a federação receberia com o leilão. Porém, ele deixou escapar algumas situações que reforçam ainda mais as declarações de Stephanes, como a tentativa de impedir o leilão, pedindo uma liminar na Vara Federal das Execuções Fiscais de Curitiba, mas que foi indeferida pela juíza Alessandra Anginski.

A medida fez com que o Pinheirão fosse o último item do dia a entrar no leilão, para que a magistrada pudesse analisar o pedido da FPF. “Estávamos tentando prorrogar o leilão para ganhar tempo, porque só faltam detalhes. O investidor quer mais documentos, faltam algumas coisas. Como é investimento grande, eles querem bastante garantias”, disse Cury.

Depois de não conseguir a liminar, o presidente da FPF teria agilizado a documentação para entregar aos investidores e assim finalizar o processo de negociação. Porém, mesmo com Reinhold Stephanes Jr. confirmar a OAS como a empresa que está por trás do grupo de investidores, o presidente da federação preferiu não se aprofundar no assunto.

“Eu estou tratando com investidores, se são da OAS não posso dizer nada”, disse, acrescentando ainda que até o final da próxima semana tudo será oficializado. “Estamos providenciando as documentações e vamos ver o caminho que a gente toma. Vamos resolver isso até o final da semana que vem. E vamos ter melhor preço do que o que está no mercado”, explicou.