Noite inesquecível no Couto Pereira

Em noite inesquecível no Couto Pereira, o Tsunami Coxa passou por cima do Palmeiras e está virtualmente classificado para as semifinais da Copa do Brasil. Jogando um futebol primoroso, apesar da violência do rival e da complacência da arbitragem, o Coritiba deu show e sapecou 6 x 0 no time paulista, para delírio dos quase 29 mil torcedores presentes no Alto da Glória.

Com o resultado, a equipe da casa aumentou o recorde de vitórias seguidas para 24 e se mantém como a sensação da temporada no futebol brasileiro. O jogo de volta está marcado para quarta-feira que vem, no Pacaembu.

Questionado até ontem antes da partida – principalmente por Felipão, que chegou a desdenhar dos adversários do Coritiba nas 23 vitórias anteriores – o Coxa entrou em campo para provar mais uma vez que não está vencendo por acaso.

A motivação era grande diante de um time tradicional de São Paulo e os jogadores não esconderam isso. Nem os torcedores, que proporcionaram o maior público estadual na temporada.

As arquibancadas deram um show à parte, não pararam um minuto de cantar e ajudaram a empurrar o time para cima do Porco. A galera paulista também esteve presente, mas desanimou logo que viu a vaca indo para o brejo.

Infernal, o Coritiba não deixou o Palmeiras respirar um minuto sequer e logo abriu o marcador com Emerson. Anderson Aquino cobrou escanteio da esquerda e o zagueiro, aos 11, subiu livre e mandou de cabeça.

Era o cartão de visitas, mas ninguém imaginava que seria tão fácil. Arapongas, Roma e Cianorte deram mais trabalho no gramado do Couto. O Palmeiras deixou o Coxa jogar e não entendia o que acontecia.

Envolvente, a linha criativa fez o que quis com a defesa palestrina e o segundo não demorou. Aquino puxou o contra-ataque, acionou Bill, que cruzou para Davi só completar, aos 21.

A festa era incrível nas arquibancadas, a torcida se levantava para ver melhor o desfile em campo e Léo Gago ampliou aos 43. Há tempos arriscando, dessa vez ele contou com a ajuda da zaga, que desviou e tirou Marcos da jogada.

Irritado, o arqueiro palmeirense não acreditava nas bobeiras dos companheiros e esbravejava. Não adiantou nada, por que na volta ao segundo tempo Leandro Amaro derrubou Bill na área.

Pênalti que o próprio camisa 9 cobrou, aos 10, e saiu para a torcida para ouvir o coro de “Bill, Bill, Bill”. A goleada estava construída e o Palmeiras. Rivaldo foi mais cedo para o chuveiro.

Em vantagem, o Coxa era só ataque, não se contentava com pouco e de tanto insistir ampliou nos acréscimos. Primeiro com Geraldo, aos 45. O xodó da galera passou por todo mundo e deu um bico no canto. Mas tinha mais.

Anderson Aquino também queria o dele. Foi para cima da zagueirada, sofreu falta, continuou e chutou no canto, aos 47. O massacre estava completo, na maior goleada já aplicada pelo Coxa sobre o rival, que falou demais na véspera.