Rubro-negro tem uma ótima safra de goleiros

Foram 60 anos de espera, desde Alfredo Gottardi, o Caju, até que o Atlético tivesse novamente um goleiro revelado nas categorias de base com qualidade para servir a Seleção Brasileira e com a visibilidade que Neto tem hoje.

Assim como o selecionável, os goleiros das categorias júnior e juvenil colocam o Furacão em patamar invejável quando o assunto é a camisa 1. A nova safra pode render ao clube dez anos de goleiros pratas da casa, ou seja, o Furacão está garantido na posição até 2020.

Na lista, está a turma do juvenil, formada por Hugo, 17 anos; Luan, 17; Matheus, 16, e Lucas Macanhan, 16; e do juniores, com Léo Pinheiro, 19; Alexandre 18; e Henrique, 18.

“Como eles começam muito jovens, pode-se dizer que são 20 anos com estes meninos, levando-se em conta que o Neto tem só 22 anos. Certamente, por 10 anos o Atlético não vai precisar correr atrás de goleiros”, explica o preparador de goleiros da equipe profissional do Atlético, Marco Aurélio Tedeschi dos Santos.

Entre os nomes da nova geração, dois já são destaque: Léo Pinheiro, que treinou com o profissional enquanto Neto estava na Seleção; e Hugo, ainda na categoria juvenil.

“O Hugo e o Léo são excelentes goleiros, mas temos muitos outros também. Com esse crescimento do Neto, todos acabam sendo beneficiados. O trabalho em conjunto dos preparadores facilita esse caminho”, acrescentou Tedeschi, que trabalha ao lado de Thiago Melh e Christopher Sales, treinadores de goleiros do juvenil e do juniores.

Para os profissionais especializados, a convocação de Neto o deixa com um papel muito mais importante, pela proximidade que ele tem com os novatos. “Hoje, o Neto e o próprio João Carlos são os nossos exemplos. Antigamente, tinha que falar para os meninos: olha o Fábio, do Cruzeiro; o Fernando, do Vasco. Hoje eles convivem, conversam todos os dias com essas referências que estão aqui”, acrescentou Thiago Mehl.

Os passos dados por Neto mudaram uma rotina que há muito vinha acontecendo no Atlético, que era a de o clube investir em goleiros formados em outros clubes. Essa economia que pode, agora, ser revertida em ganhos em outros setores.

“O Atlético estava carente de revelação na posição de goleiro. Agora, isso vai acontecer muito mais, e os mais novos têm essa referência para seguir. É uma nova realidade”, disse Mehl.

Essa mudança de filosofia é creditada também ao técnico Antônio Lopes, que no final do ano passado usou Neto como titular e bancou sua permanência como camisa 1, após a saída de Galatto no começo desta temporada.

“O Neto está no gol hoje pelo Lopes e muito pelo trabalho que o Tedeschi fez com o próprio Lopes. Para um goleiro é muito mais difícil você ter esta oportunidade. Nem sempre o treinador dá este espaço”, comemora Mehl.