Neto no rol dos grandes goleiros paranaenses

A convocação para a Seleção Brasileira coloca Neto ao lado dos maiores goleiros da história do futebol paranaense. Até o técnico Mano Menezes anunciar o nome do jovem camisa 1 do Atlético, apenas dois jogadores da posição haviam sido chamados para Seleção principal atuando em times do estado: Caju, do próprio Furacão, e Jairo, do Coritiba.

Em 1942, Caju foi a surpresa da convocação para o Sul-americano, no Uruguai. Apesar da descrença geral sobre o arqueiro, vindo do obscuro futebol do Paraná, ele ganhou a confiança do técnico Ademar Pimenta. Foi titular, eleito o melhor goleiro da competição e voltou para Curitiba com a alcunha de “Majestade do Arco”, dada pela imprensa uruguaia.

Caju foi chamado mais uma vez, em 1945, por Flávio Costa, para um período de treinos. Mas a força política do eixo Rio-São Paulo pesou e o rubro-negro foi preterido por Oberdan Catani, do Palmeiras, e pelo paranaense Ari, do Botafogo.

Sessenta e cinco anos depois, Neto vive a emoção de repetir uma das façanhas do histórico ídolo Rubro-Negro. “Por estar há muito tempo no clube, a gente vai conhecendo a história. Isso é muito importante, porque criei uma identidade muito forte com o Atlético”, comemora.

Depois de Caju, o Estado só voltou a ter um representante no gol da Seleção em 1976. Jairo, supercampeão pelo Coxa, foi chamado pelo técnico Oswaldo Brandão e atuou em dois jogos: contra o Uruguai, pela Taça Rio Branco, no Maracanã, e num amistoso contra o Internacional, no Beira-Rio.

Em 1986, Rafael, jogando pelo Coritiba, foi chamado para a Copa Odesur, no Chile. A competição valia vaga para o Pan-americano de 1987 e foi disputada por uma seleção restritiva, semelhante à atual equipe “olímpica”. Rafael foi titular e o Brasil conseguiu a classificação. Mas o goleiro alviverde não foi chamado para o Pan e a camisa 1 ficou com Taffarel.

Arquivo
Jairo: convocado por Oswaldo Brandão em 1976.

Paranaenses

Outros goleiros paranaenses já foram convocados para a Seleção. Porém, defendendo equipes de fora do estado. O primeiro foi Rei, que fez história no Coxa, mas só foi lembrado quando já estava no Botafogo, do Rio, em 1935.

A lista ainda conta com Tadeu (América-RJ), Ari (Botafogo), Bino (Corinthians), Arlindo (Grêmio), Raul Plasmann (Cruzeiro e Flamengo) e Rogério Ceni (São Paulo).

Quatro do Paraná

A lista de Mano Menezes conta com quatro jogadores nascidos no Paraná: Giuliano, revelado pelo Paraná Clube e atualmente no Internacional -convocado pela 1.ª vez -; Nilmar (Villarreal-ESP), Alexandre Pato (Milan-ITA) e Adriano (Barcelona-ESP).