Mano Menezes tem boas lembranças no tempo do Iraty

Uma pessoa simples, que morava no alojamento do clube com os demais atletas, saía de carro apenas como carona e gostava de assar carne ao lado do Estádio Coronel Emílio Gomes. Essas são as lembranças que Mano Menezes deixou no Iraty, clube paranaense comandado por ele na Série C do Campeonato Brasileiro 2003.

Em Irati, no interior do Estado, o novo treinador da Seleção Brasileira viveu momentos de humildade. Antes de construir carreira no mundo do futebol, também chegou a ter rotina de “operário da bola”. “Acabava o treino, ele caminhava do estádio pra casa do atleta. Era lá que o Mano morava com os jogadores, no alojamento do clube. Também não me lembro dele ter carro, pois cheguei a dar umas caronas pra ele”, recorda Hélio Salmon, 63 anos, vice-presidente do Iraty.

No comando do Azulão, Mano teve uma campanha ruim e não ficou mais que três meses. Foram quatro derrotas, um empate e uma única vitória, na despedida contra o Grêmio Maringá. Ainda assim, o povo sente saudades. “Era um sujeito bacana. Gostava de conversar com o pessoal, de falar do time e da cidade. Isso quando não assava uma carne com a gente, nas horas de folga”, conta Luiz Carlos Ramos “Bola”, 54 anos, radialista em Irati.

Pelos momentos de carne assada na precária churrasqueira ao lado do estádio do Iraty, Mano Menezes ganhou um pouco mais que amizades. “Sabe como é, com aquele jeitão gaúcho de falar, logo começamos a chamá-lo de ‘Ti e Tu’. Era inevitável deixar de apelidá-lo. Ele não sabia falar você”, diverte-se Hélio Salmon.

Camarada de todos, Mano chega a ser absolvido pela frágil campanha no interior paranaense. “Ele trouxe pro Iraty o Luizinho Netto, que era seu conterrâneo no Rio Grande do Sul. Como o projeto do clube sempre foi revelar jogadores, creio que ele cumpriu bem a missão”, analisou o radialista Bola.
Além dos amigos e dos churrascos, Mano Menezes deve guardar boas recordações do Iraty na memória. Foi contra o clube de Sérgio Malucelli que o treinador da Seleção conquistou sua centésima vitória no comando do Corinthians, durante um torneio amistoso no norte do Paraná.

Apesar de carrasco, tudo terminou em churrasco. É o que conta Geraldo Campanholi, atualmente diretor do Iraty, mas que na ‘era Mano’ era um simples torcedor. “Fizemos um borrego pra ele em Londrina. Sempre é bom ver alguém que trabalhou com a gente vencer na vida. Agora nos resta torcer por uma carreira vitoriosa com a camisa canarinho”, finaliza.

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