Socrates: “Brasil vai passar vergonha na Copa 2014”

Nesta entrevista ao Paraná Online, concedida sexta-feira, quando esteve em Curitiba, Sócrates fala sem papas na língua. Comenta desde a Copa do Mundo no Brasil até o quebra-quebra no Couto Pereira, no ano passado. Confira:

Paraná Online – Você é dos tempos que se podia tomar uma cervejinha na concentração. Hoje, se um jogador é visto bebendo pode ser vítima de um escândalo. O que acha disso?

Sócrates – Essa é uma postura de patrulhamento hipócrita. Quando você está por cima da carne seca, ninguém vê que você está tomando seu vinhozinho. É uma demagogia pura esse negócio aí.

Paraná Online –
Por que você nunca se interessou em liderar poltiicamente os jogadores. O que acha dos sindicatos de atletas?


Sócrates –
Na verdade, não fazem nada. São todos pelegos. Os que existem são peleguinhos.

Paraná Online – E a centralização do eixo Rio-São Paulo nas transmissões de televisão?

Sócrates – O dia que alguém tiver mais poder que a TV Globo, vai aparecer mais na televisão. Seja lá no Ceará, no Amazonas ou no Paraná. No dia que alguém conseguir fazer isso, centraliza a mídia neste Estado ou em outro. Até agora não apareceu.

Paraná Online – Será que o Brasil não vai dar fiasco ao promover a Copa do Mundo de 2014?

Sócrates – Eu tenho medo de passar vergonha. Cito um exemplo. Passei o carnaval no Rio. Cheguei a ficar três horas esperando para conseguir um táxi. Imagine na Copa como vai ser. Ainda assim, o Mundial será disputado em várias cidades. Pior ainda será na Olimpíada, realizada apenas no Rio de Janeiro.

Paraná Online – Qual sua opinião sobre aquele episódio de invasão de campo e violência após o jogo entre Coritiba x Fluminense, no Couto Pereira, ano passado?

Sócrates – Aquilo foi uma massa totalmente insatisfeita, incontrolável. Na verdade, não sei o que ocorreu no Coritiba na semana anterior daquele jogo. Mas, normalmente, a mídia trata essas coisas com muito pouco cuidado. Estimula a agressividade das pessoas. Acho que os culpados têm que ser punidos. Mas os maiores culpados não estavam dentro de campo, estavam fora dele.