Crise financeira se agrava no Paraná Clube

O Paraná Clube viverá uma semana decisiva dentro e fora de campo. Nas quatro linhas, os comandados de Marcelo Oliveira terão pela frente dois jogos importantíssimos. Já nos bastidores a diretoria tenta contornar a crise financeira que já se arrasta desde o final do ano passado e começa a atingir uma condição insustentável. Sem novas receitas e nem definição para a venda de percentuais de alguns jogadores, o Paraná vê sua dívida com funcionários e atletas crescer de forma perigosa, a ponto de o clube correr o risco de perder algumas promessas, como o caso do meia Caio, que simplesmente abandonou o Tricolor.

O primeiro sinal de que a “saúde econômica” do Paraná não era boa foi dado no final do ano passado, quando os jogadores ameaçaram uma greve por conta de salários e direitos de imagem atrasados. Pois de lá até agora, quase nada mudou. A “Revolução Paranista” -slogan da chapa que prometia mudar os rumos do clube – até aqui pouco conseguiu fazer. Precisou reformular o elenco e mudar a estrutura do departamento de futebol, mas só viu a “bola de neve” aumentar. Tudo o que se fez em anos passados (com o acerto para o fim de um número expressivo de ações trabalhistas) tende a ruir.

Com as inúmeras contratações processadas (a maioria delas em 2009), o volume de queixas já é grande. Jogadores como Edu Silva, Gedeon e Dedimar já teriam ingressado com ações para o recebimento de atrasados. O mesmo vale para o técnico Sérgio Soares, seu auxiliar Dênis Facincani e o preparador físico Stélio Metzker. Isto seria, na prática, só a ponta do iceberg. O Tricolor ainda escapou de enfrentar paralisação de seus funcionários, na semana passada, quando pagou a primeira parcela do 13º.

A rigor, o clube ainda deve o restante do 13º, férias e salários de dezembro. Na próxima semana, vence também o salário de janeiro. Folha esta que será naturalmente maior, aí com os primeiros vencimentos dos doze jogadores recém-contratados e da comissão técnica. Estima-se que hoje o Tricolor tenha uma dívida em torno de R$ 900 mil, sem contar os direitos de imagem do ano passado. Esta situação gera um profundo desconforto nos bastidores da Vila Capanema, mas ninguém assume abertamente a crise. Até onde foi possível apurar, o presidente Aquilino Romani aguarda a entrada de recursos vindos da venda de percentuais de Elvis, Bruninho e Vinícius para amortizar a dívida e diminuir, ao menos momentaneamente, este “rombo”.