Europa é rigorosa na punição por vandalismo

O futebol europeu costuma punir com rigor o vandalismo entre torcedores. É provavelmente a principal razão para o baixo índice de confrontos e tumultos dentro e fora de campo.

Um dos últimos episódios violentos envolveu fãs dos ácidos rivais londrinos West Ham e Milwall, que em agosto se digladiaram dentro e fora campo durante partida pela Copa da Liga Inglesa. Na ocasião, centenas de torcedores romperam a barreira policial e se envolveram na briga generalizada usando tijolos, garrafas e outros objetos como armas.

O episódio nas imediações do Estádio Upton Park, do West Ham, foi considerado o pior desde o final dos anos 80, quando os hooligans (torcedores arruaceiros) foram banidos dos estádios.

A Associação de Futebol da Inglaterra apresentou quatro queixas contra o West Ham e três contra o Millwall. O anúncio das punições está marcado para janeiro. Entre as possíveis sanções estão pesadas multas e a obrigatoriedade de os clubes atuarem com portões fechados.

Já a Itália preparou um pacote de medidas após uma série de incidentes violentos somente em 2007, um policial da região da Sicília e um torcedor da Lazio morreram durante conflitos entre torcidas. Uma delas é a criação de uma “carteira de identidade” de torcedores, que ajudará a identificar arruaceiros mesmo quando os seus clubes atuarem fora de casa.

Por outro lado, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) é famosa pela inércia com que trata distúrbios dentro e fora de campo. Casos graves como invasão de torcedores, arremesso de objetos e agressões a equipes visitantes são punidos com interdição do estádio. Os clubes, porém, são autorizados a jogar em suas próprias cidades e o com acesso permitido ao público. Assim, conflitos como os verificados nos dois jogos entre Cerro Porteño e Fluminense, pela Copa Sul-Americana, seguem corriqueiros em competições continentais, mais uma prova de que a punição severa é a melhor forma de coibir a violência.