Tião Abatiá: O homem que ofuscou Pelé no Couto Pereira

Cinco anos de glórias no Coritiba, essa é a marca de Sebastião José Ferri mais conhecido como Tião Abatiá. Nascido no dia 20 de janeiro de 1945 na cidade de Abatiá (por isso o apelido), no Paraná, Tião tornou-se o centroavante da Coritiba em 1971.

Sua história como jogador começou no time de Cambará, logo depois foi para a equipe do União Bandeirante, onde encontrou seu parceiro Paquito, que se tornaria seu fiel companheiro no Coritiba , isso despertou o interesse do São Paulo que o contratou, mas no futebol paulista, Tião ficou por apenas uma partida.

Abatiá foi contratado pelo Coritiba em 1971 e, naquela equipe, encontrou seu amigo de longos anos – Paquito – formando a “dupla caipira” mais conhecida dos gramados brasileiros. Em entrevista ao Paraná Online, o jogador contou um pouco dessa rica história.

Paraná Online: Como surgiu a “dupla caipira” Tião e Paquito?

Abatiá: Surgiu do mato, da terra do ‘pé vermeio’ (risos). Somos do interior, de União Bandeirante. Com a ida para a capital, os companheiros de equipe (ambos jogavam no Coritiba) colocaram esse apelido.

Paraná Online: Conte um pouco como foi sua trajetória no Coritiba.

Abatiá: De agosto de 1971 a abril de 1975. Não consegui ser vice, sabe por quê? Porque só fui campeão, só houve glórias. Estava no local certo, na hora certa e no Alto da Glória (alusão ao bairro onde está situado o Couto Pereira). Foi ótima. Boas recordações em todos os aspectos.

Paraná Online: Torneio do Povo em 1973, Tricampeão em 1974 e Fita Azul. Qual a importância desses títulos para você?

Abatiá: Foi ótima a campanha. Foram os anos que ganhamos mais títulos. Para mim foi muito importante, pois pude fazer parte da história gloriosa do Coritiba.

Paraná Online: Você recebeu a bola de prata, em 1971, após ser eleito pela Revista Placar como melhor centroavante do Brasil. O que esse prêmio representou para a sua carreira?

Abatiá: Foi tudo para mim. É como se fosse uma convocação para a seleção brasileira.

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No jogsão de bola contra o Santos, do Rei Pelé, deu
Coritiba, que venceu por 1 a 0 com gol de Tião Abatiá.

Paraná Online: Como era jogar com Zé Roberto e Paquito?

Abatiá: Era maravilhoso, lógico. Aquele era o time de ouro, de 71 a 75.

Paraná Online: Quem o levou para o clube?

Abatiá: O técnico ‘Tim’ (Elba de Pádua Lima) e o supervisor da época, Almir de Almeida, que fez a contratação.

Paraná Online: Quais foram os momentos mais marcantes no Coritiba?

Abatiá: Difícil saber o que não foi. Fizemos excelentes campanhas: 71, 72, 73, Fita Azul, Torneio do Povo de 73.

Paraná Online: O Tião Abaterá foi criado em sua homenagem. Como foi receber esta notícia, ainda mais por ser um personagem criado pela Disney?

Abatiá: Não quero ser superior a ninguém, mas na Walt Disney, só dá eu. Nem o Pelé chegou tão longe (risos).

Paraná Online: Você marcou um gol na sua estreia no Coritiba. Sentiu algum tipo de pressão por estar na equipe de um importante clube paranaense?

Abatiá: Estreei contra a Portuguesa, o placar foi de 2 a 1 para o Coxa, com um gol meu e outro do Paquito. Não houve pressão naquela época, mas era bem difícil ir para a capital e jogar em um grande clube.

Paraná Online: Cem anos do Coritiba, o que o clube representa para vo,cê?

Abatiá: É o maior prazer fazer parte desta comemoração. É o clube que está no meu coração, pois fez, faz e sempre fará parte da minha vida.

Paraná Online: Uma mensagem aos torcedores.

Abatiá: Vocês devem sempre acreditar no Coxa, no seu potencial, na sua equipe. Por mais que esteja passando por algumas dificuldades no campeonato, não podemos nos esquecer das suas glórias que marcaram a história do futebol paranaense.

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Projeto realizado em parceria com alunos da Faculdades Eseei.