As denúncias que derrubaram José Carlos de Miranda da presidência do Paraná Clube em 2007 foram parar na polícia, e terão novo capítulo hoje. Alguns depoimentos estão marcados no Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), órgão da Polícia Civil que abriu inquérito para apurar o caso.
O processo é conduzido pelo delegado Sivanei de Almeida Gomes. Ele não foi encontrado pela reportagem do Paraná Online, mas o delegado-chefe do Nurce, Robson Barreto, confirmou que alguns depoimentos estão agendados para hoje. Segundo Barreto, o inquérito foi aberto recentemente, embora as denúncias contra Miranda tenham sido levadas a público há quase dois anos.
Barreto confirmou ainda que Miranda é um dos indiciados, mas não disse se há outras pessoas citadas no inquérito que apura suposto desvio de dinheiro. Um dos convocados para prestar depoimento hoje é Ocimar Bolicenho, atual diretor de futebol do Atlético, que na época do afastamento de Miranda presidia o Conselho Normativo do Tricolor. Ele vai falar na condição de testemunha.
Miranda deixou o Tricolor quando foi acusado de cobrar comissões para vender jogadores enquanto era presidente do clube. As denúncias surgiram após divergências com a LA Sports, que atualmente voltou a ser parceira do clube.
“Já expliquei bem os fatos. Esta denúncia não tem consistência nenhuma”, falou o ex-presidente paranista. Sobre as acusações, Miranda diz que todos os clubes precisam ter ligações com empresários para sobreviver, e acha que a questão deveria ter ficado restrita ao clube.
Depois de cumprir suspensão administrativa de um ano, Miranda voltou a frequentar o Paraná Clube, como conselheiro e membro do Conselho Normativo (composto pelos ex-presidentes).
E não descarta voltar a disputar um cargo diretivo no fim do ano, quando haverá eleições presidenciais no Tricolor. “Muitas pessoas têm me procurado. Mas veremos se o pessoal que está aí aprende um pouco”, avisou.