O Atlético está perto de se juntar a Flamengo, Corinthians, São Paulo e Botafogo no grupo “rebelde” do Clube dos 13. A adesão não é oficial, mas a afinidade de interesses aproxima o Rubro-Negro paranaense dos dissidentes.
O convite foi revelado pela coluna Painel F.C., do jornal Folha de S. Paulo. O líder do chamado G4 que se tornaria G5 com a inclusão do Atlético é o presidente do Flamengo, Márcio Braga.
O dirigente carioca contou ontem à Tribuna que o convite ao Furacão não foi formalizado, mas garantiu que o clube paranaense seria recebido “de braços abertos”.
“Se for necessário e o Atlético estiver disposto, serei o padrinho da indicação. É um grande clube, com excelente investimento e dirigentes de alto nível”, falou o cartola flamenguista. Dos quatro membros atuais do grupo, o único com o qual o Furacão não mantém boas relações é o São Paulo.
A Tribuna entrou em contato com a diretoria de comunicação do Atlético, mas o clube não se manifestou sobre o assunto. E até o fechamento desta edição não deu retorno.
O G4 ficou conhecido por discordar do Clube dos 13 em questões como a negociação e a divisão interna das cotas da televisão. O Flamengo, aliás, foi o último clube a assinar a renovação da venda para a Rede Globo dos direitos de transmissão dos Brasileiros de 2009 a 2011.
Mas de acordo com Márcio Braga, a idéia do G4 é expandir as discussões para outras questões mercadológicas e comerciais pouco exploradas pelos dirigentes brasileiros. “O Clube dos 13 virou uma agência da TV Globo. Só trata dos direitos de TV. Queremos fazer do G4 um grande fórum de discussão”, falou Braga.
Entre os temas citados pelo presidente do Mengo estão a formação de uma liga administrada pelos maiores times do País em vez da CBF, a reformulação do calendário do futebol brasileiro e o combate à pirataria de produtos com a marca dos clubes.
“Há silêncio absoluto sobre essas questões, que na Europa são tema de vários congressos e seminários anualmente”, reclama. O Atlético é um dos clubes pioneiros na defesa de alguns tópicos defendidos por Braga, como a luta contra a pirataria, o que facilitaria a adesão “ideológica” do Furacão ao G4.
Braga propõe, inclusive, a união com clubes de ponta de outros países sul-americanos, como os argentinos River Plate e Boca Juniors a exemplo do que ocorre na Europa com a Associação de Clubes Europeus, sucessora do antigo G14.