Flamengo manda cinco reforços em troca de Éverton

Éverton poderá não mais vestir a camisa do Paraná Clube. A pressão exercida pelo Flamengo foi tão intensa que a diretoria decidiu abrir negociação. Pela liberação do meia, o Tricolor receberá um “pacotão” com cinco atletas, sem qualquer ônus.

O clube carioca bancará as despesas e salários desses jogadores, o atacante Muriqui e outros quatro jovens formados na Gávea, Fabrício (zagueiro), Rômulo (volante), Camacho (meia) e Éder (atacante).

“A questão, agora, é apenas jurídica”, admitiu o presidente Aurival Correia. Explica-se: Éverton, quando recentemente foi vendido à Traffic, teve sua transferência efetuada para o Desportivo Brasil, “retornando” ao Paraná por empréstimo.

A CBF, em suas normas gerais, impede uma terceira transferência do atleta para outra federação. O Flamengo entrou com uma medida cautelar na Justiça do Trabalho, sob a alegação de que Éverton não atuou pelo Desportivo Brasil, clube utilizado pela Traffic para vincular os atletas adquiridos pela empresa.

É uma situação idêntica à de Muriqui, que teve registros, nessa temporada, no Madureira, no Desportivo Brasil e no Vitória. “É uma negociação casada. Se nos liberarem o Muriqui, abrimos mão do Éverton. Caso haja algum entrave no registro desses atletas, a transação não será efetuada”, explicou o presidente paranista.

Aurival Correia disse ainda que todos os nomes envolvidos na negociação, inclusive os garotos cedidos pelo Flamengo, foram avaliados pela diretoria e pela comissão técnica do Paraná.

“Buscamos o máximo de informações sobre todos eles, inclusive junto ao Caio Júnior e o Júlio César, que hoje trabalham no Flamengo, mas têm uma história no Paraná”, comentou o dirigente. Fabrício e Guilherme Camacho têm apenas 18 anos e foram recém-promovidos ao grupo principal do rubro-negro carioca.

Rômulo e Éder, ambos com 21 anos, estão no clube desde o ano passado, tendo atuado no Brasileiro e no Estadual. Além dos cinco jogadores, Aurival Correia disse que o Flamengo ainda irá pagar uma pequena quantia, que será aplicada na aquisição de mais um meia-armador, fechando o “novo” elenco paranista para a seqüência da Série B.

Enquanto advogados buscam a liminar na Justiça do Trabalho, a intenção da diretoria é que Éverton siga jogando pelo clube, pelo menos nas duas próximas rodadas, contra Avaí e Fortaleza.

“Acredito que agora, com a situação definida, não haverá mais aquela pressão sobre o garoto”, afirmou o presidente. “Entendemos a sua situação, mas mesmo com toda a insistência do Flamengo e de seus familiares, o Éverton sempre manteve uma conduta altamente profissional”, elogiou. Apesar da expectativa da diretoria, Éverton sequer participou do coletivo de ontem, por conta de um trauma no tornozelo.