Atlético e Figueirense ficam no 0 a 0 na Arena da Baixada

Definitivamente acabou a paciência do torcedor com o time e principalmente com o treinador Roberto Fernandes. Ontem, quase 20 mil compareceram à Arena para empurrar o Atlético à reabilitação no campeonato.

Porém, diante da péssima qualidade do futebol apresentado, não teve jeito. A partir dos 30 minutos da etapa final os protestos se acentuaram. Foram vaias e o coro de “vergonha, vergonha. Time sem-vergonha”.

Ao treinador couberam xingamentos bem mais pesados. Outra vez, a nação rubro-negra demonstrou sua insatisfação com o comando técnico ao gritar o nome de Geninho, treinador campeão brasileiro em 2001.

A manifestação da torcida não foi descabida, pois o nível técnico da partida foi muito baixo e o empate sem gols, reflexo do que foi apresentado em campo. Com o ponto obtido, o Atlético sobe uma posição (14.º lugar) na tabela, mas ainda corre risco.

Um ponto separa o clube da zona de rebaixamento. O próximo compromisso do Furacão é na 4.ª-feira, contra o Vitória, em Salvador. Parada difícil já que o time paranaense não ganhou nenhuma partida fora de casa sob o comando de Fernandes e novamente terá desfalques. Julio dos Santos e Márcio Azevedo receberam o terceiro cartão amarelo e cumprirão suspensão automática.

Jogo

O público compareceu empolgado para acompanhar a possível quebra de um tabu, pois na história, o Atlético nunca venceu o Figueirense atuando em Curitiba. E o Furacão teve os 15 minutos iniciais para matar o jogo, porque o time catarinense entrou assustando e ainda sentindo os reflexos da goleada (7 a 1) levada do Grêmio na última rodada.

Porém o tempo passou e o Rubro-Negro, sem qualidade para atacar, não pressionou o adversário. Nos primeiros 45 minutos de jogo, a equipe rubro-negra manteve a posse de bola mas não incomodou. A melhor jogada foi do zagueiro Rhodolfo que teve que sair do seu campo de defesa, driblar vários marcadores para finalizar em gol.

Ao notar que o Atlético não tinha força para pressionar, o Figueirense foi se soltando. Tanto que a melhor chance do 1.º tempo foi catarinense. Aos 34 minutos, após cobrança de escanteio, a bola sobrou para Bruno Aguiar arrematar. Galatto salvou o Furacão.

Como o Atlético não era aquele bicho-papão de outrora, PC Gusmão adiantou a marcação de seu time e mandou os jogadores arriscarem. O Figueirense equilibrou as ações e só não marcou graças à boa fase do camisa 1 atleticano. Aos 3, a finalização de Rafael Coelho esbarrou em Galatto e depois na trave.

Pressão

Afoito em campo, o time paranaense tentou acelerar o jogo para surpreender o adversário, mas a conseqüência foi o número excessivo de passes errados. A grande chance do Furacão aconteceu aos 18 minutos e não foi criada pelo time. O meia Diogo errou a saída de bola e deu um presente para Anderson Aquino. O atacante ficou cara a cara com Wilson e conseguiu chutar a bola pra fora.

Diante de tantos erros e tão pouco futebol, o torcedor se revoltou. Protestos e vaias pipocaram pela Arena e o jogo se arrastou sem qualidade até o final. Graças ao tropeço de outras equipes, o Atlético não se afundou ainda mais na tabela. Porém a pressão sobre todo o elenco elevou-se ao nível máximo.

O torcedor foi embora desacreditado e pensativo. Se eram os resultados em casa que seguravam o Atlético numa posição intermediária, agora, sem vencer em casa e também fora, qual será o futuro da equipe no Brasileirão, indagavam torcedores rubro-negros. A resposta é incerta.

15ª rodada do Campeonato Brasileiro
Atlético 0 x 0 Figueirense
Local:
Estádio Joaquim Américo, Arena da Baixada, em Curitiba
Atlético: Galatto, Rhodolfo, Antônio Carlos e Danilo; Ne,i, Valencia (Gabriel Pimba aos 35’ do 1º), Alan Bahia, Julio dos Santos (Douglas Maia aos 21’ do 2º) e Márcio Azevedo; Anderson Aquino e Pedro Oldoni (Wallyson aos 21’ do 2º).
Técnico: Roberto Fernandes
Figueirense: Wilson, Anderson Luís, Asprilla, Bruno Aguiar e William Matheus; Diogo (Jackson aos 20’ do 2º), Leandro Carvalho, Marquinho e Cleiton Xavier (Ramon aos 45’ do 2º); Tadeu e Rafael Coelho (Wellington Amorin aos 27’ do 2º).
Técnico: Paulo César Gusmão
Árbitro: José Henrique de Carvalho (SP), aspirante FIFA-SP
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse e João Bourgalber Nunes Chaves (SP)
Cartões amarelos: Julio dos Santos, Márcio Azevedo (A) Cleiton Xavier, Diogo, Asprilla, Jackson, Marquinho (F)
Público pagante: 17.528
Público total: 19.498
Renda: R$ 276.217,50

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