Lori assume com a missão de fazer o time vencer novamente

Lori Sandri iniciou ontem o seu segundo ciclo à frente do Paraná Clube. O experiente treinador, contratado na noite de segunda-feira para a vaga de Gilson Kleina, chega com o desafio de recolocar o Tricolor em uma posição de destaque na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro. E o primeiro passo é pôr fim ao jejum de vitórias, para garantir um afastamento imediato da indesejável zona de rebaixamento.

?Vida de treinador é sempre assim. Quase sempre você chega na condição de bombeiro?, comentou Lori Sandri. Aos 58 anos, lembrou que já faz parte da história do clube – além de técnico em 2005, foi jogador do Água Verde e Pinheiros -, e espera escrever um novo capítulo de conquistas. Evitou projeções, entendendo que o que o grupo mais precisa, no momento, é tranqüilidade para superar a má fase, explícita em números: sete jogos sem vitória.

?Não é porque os resultados não estão vindo que tudo está errado. É preciso calma?, sentenciou Lori. O treinador lembrou que o desempenho do grupo no início da competição é sinal de que há qualidade. Sua missão é detectar os problemas que causaram a abrupta queda do time, que em sete rodadas caiu da vice-liderança para a 15.ª colocação, somando apenas dois pontos neste período. ?Só não vou pegar a varinha e transformar sapo em princesa?, avisou.

Lori Sandri espera que esta volta ao clube seja também uma retomada daquilo que realizou há dois anos. Em 2005, o treinador teve um ótimo desempenho ao longo do primeiro turno. Sob seu comando, o Paraná obteve 10 vitórias, 4 empates e 7 derrotas, com aproveitamento de 58,73%. ?Teremos 18 decisões. Nesse momento, já se começa uma contagem regressiva, que tem um efeito psicológico intenso para todo o grupo. É o início do afunilamento e todos sabem que não há mais volta?, comentou o novo treinador paranista.

Com campanhas marcantes ao longo dos últimos anos, o Paraná conta, na visão do treinador, com uma boa estrutura. Um ponto que acabou pesando para o seu retorno à Vila Capanema. Só que nesta temporada – ao contrário do que ocorreu nas duas últimas edições do Brasileiro – é a terceira mudança no comando técnico. ?É um erro. Mas a diretoria está ciente dessa imperfeição. Só que o Paraná paga o preço por receber uma fatia pequena das cotas de tevê. Uma situação que o impede de competir com outros clubes em questões financeiras?, lembrou.

Apresentado pela manhã, Lori Sandri já arregaçou as mangas e partiu para o trabalho de campo à tarde, quando comandou o treino tático-coletivo. Foram poucas surpresas, como a volta de Daniel Marques à zaga, e a efetivação de Paulo Rodrigues na ala esquerda e a presença de Éverton no meio-de-campo. O time trabalhou no 3-5-2, com Flávio; Daniel Marques, Nem e Neguete; Léo Matos, Beto, Adriano, Éverton e Paulo Rodrigues; Vandinho e Josiel.

Muçamba está voltando

A diretoria aproveitou a mudança no comando técnico para fazer um ajuste no elenco. Seis jogadores foram afastados e já treinam à parte, aguardando negociações. ?O grupo estava muito inchado e precisamos de reforços. É um procedimento natural?, justificou o vice de futebol José Domingos. A novidade ficou por conta da presença de Márcio Careca, um dos que mais atuou até aqui no Brasileirão, com 19 participações.

Os outros afastados são o zagueiro Da Silva, os alas Parral e Digão e os volantes Serginho e Elton. Todos passam a trabalhar em horários difereciados, na Vila Olímpica do Boqueirão. Além disso, o polivalente Araújo e o atacante Jeff seguem treinando no grupo principal, mas vão voltar a jogar nos juniores, para não perder o ritmo. Com essas medidas, o Tricolor abre espaço para a chegada de novos valores, que venham a suprir as atuais carências.

O meia Batista será apresentado hoje à tarde. O jogador acertou as bases financeiras e já estará à disposição da comissão técnica para o jogo do fim de semana. Outro que está sendo ?repatriado? é o volante Rafael Muçamba. A diretoria não confirma, mas por indicação de Lori Sandri, o jogador está acertando seu retorno à Vila Capanema. Muçamba estava no time de 2005 e no ano seguinte foi campeão paranaense pelo Tricolor, antes de se transferir para o São Caetano. Nesta temporada, Sandri já levara o volante para o América de Natal.

O Paraná ainda busca pelo menos mais dois reforços para a seqüência do Brasileirão: um ala-esquerdo e um atacante. Negociações estão em andamento, com pelo menos duas opções para cada posição. ?Tratam-se de jogadores jovens, em busca de projeção e que se encaixam no perfil que necessitamos para realizar um bom papel neste segundo turno?, finalizou José Domingos.

Voltar ao topo