Atlético irreconhecível em Salvador

Irreconhecível, o Atlético fez uma péssima atuação em Salvador e foi atropelado pelo Vitória, que venceu por 4 a 1. A derrota complicou a vida do Furacão na Copa do Brasil. Para não sofrer uma vexatória eliminação, o Rubro-Negro terá que devolver a goleada em Curitiba.

O Atlético viajou à Bahia com a missão de liquidar a fatura com um triunfo por dois gols de diferença. Mas o que se viu no Barradão fugiu totalmente ao roteiro traçado no CT do Caju.

Muito criticado em sua passagem pelo Furacão, no ano passado, o técnico Givanildo Oliveira foi à forra na noite de ontem. Ele anulou o meio-campo atleticano, com uma forte marcação sobre Ferreira. E soube explorar os pontos fracos do time de Vadão, apostando nos lançamentos nas costas do lateral Michel e nos cruzamentos na área.

Mas a goleada só foi possível graças à sonolenta atuação atleticana. Sem nenhuma inspiração, o temido ataque rubro-negro viveu uma noite de apatia total. Já a defesa, que estava invicta há três jogos, entrou em pane e reviveu seus piores momentos.

A goleada começou a se desenhar logo a 5 minutos. O atacante Joãozinho recebeu na entrada da área e bateu rasteiro. A bola acertou a trave, mas voltou no corpo de Michel, que marcou contra. Vitória 1 a 0.

Aos 16, Índio recebeu na direita e cruzou na área. A zaga apenas observou Jean subir sozinho para fazer Vitória 2 a 0.

Quando chegava ao ataque, o Furacão esbarrava em uma muralha. O goleiro Emerson fez grandes defesas, em finalizações de Evandro e Jancarlos, acabando com a esperança de uma reação.

Ainda no 1.º tempo, o Vitória marcou mais um. Índio bateu falta com categoria e não deu chance para Cléber chegar na bola. Vitória 3 a 0.

Vadão tentou consertar as coisas no intervalo, com Nei no lugar de Michel. Nem houve tempo para avaliar a mudança e o Leão da Barra marcou mais um. Aos 5, Joãozinho bateu fraco, de fora da área, e Cléber aceitou. Vitória 4 a 0.

Só depois de estar perdendo por quatro, o Atlético conseguiu acertar a marcação. Mas o ataque continuou apagado e o jogo ficou arrastado. Quando a torcida já deixava o estádio, Alan Bahia aproveitou uma bola rebatida na área para descontar. Atlético 1 a 4.

Apesar de parecer pouco, o gol marcado fora de casa pode ser decisivo. No dia 5 de abril, na Baixada, o Furacão garante a vaga nas oitavas-de-final com uma vitória por 3 a 0. Se levar gols, terá que fazer ao menos cinco para não levar a decisão para os pênaltis.

COPA DO BRASIL 2007
2.ª fase ­ jogo de ida
Gols: Michel (contra), aos 5?; Jean, aos 16?, e Índio, aos 37? do 1.º tempo. Joãozinho, aos 5?, e Alan Bahia, aos 47? do 2.º tempo.
Árbitro: Antônio Hora Filho (SE)
Assistentes: Almirdrovandro da Silva Lima (SE) e Ivaney Alvez de Lima (SE)
Cartões amarelos: Michel (Atlético), Vanderson (Vitória)
Local: Barradão, em Salvador (BA)
Público e renda:
não divulgados.

VITÓRIA 4 x 1 ATLÉTICO

Vitória
Emerson; Apodi, Sandro, Jean e Alysson; Vanderson (Jefferson ­ 21? 2.º), Garrinchinha (Jorge Henrique ­ 38? 2.º), Jackson e Cléber (Capixaba ­ int.); Joãozinho e Índio. Técnico: Givanildo Oliveira.

Atlético
Cléber; Jancarlos, Danilo, Marcão, Michel (Nei ­ int.); Erandir, Alan Bahia, Evandro (Cristian ­ 25? 2.º) e Ferreira; Alex Mineiro e Denis Marques (Pedro Oldoni ­ 38? 2.º). Técnico: Oswaldo Alvarez.

Pouco tempo pra explicar o desastre

Atropelado pelo Vitória em Salvador, o time do Atlético apela para a torcida para reverter a situação na Copa do Brasil. ?Nosso torcedor será fundamental para a classificação. Agora temos que vencer e encarar como honra a nossa classificação?, afirmou o volante Alan Bahia após a partida de ontem.

Foi a 1.ª derrota do time titular do Furacão em 2007. Contando as partidas disputadas com a equipe reserva, o Rubro-Negro estava invicto havia dez partidas. Mas o retrospecto foi por água abaixo no Barradão. ?Foi um resultado que não esperávamos. Entramos no jogo desligados e pagamos por isso. O time deles aproveitou muito bem nossa falta de atenção e conseguiu uma importante vantagem no placar?, lamentou Alan. No jogo de volta, no dia 5 de abril, o Atlético também terá que superar o cansaço. A partida será dois dias depois do retorno do time dos Estados Unidos, onde enfrenta o FC Dallas, em 31 de março.

Atlético libera estafe

Uma reformulação na comissão técnica do Atlético movimentará o Centro de Treinamento do Caju nos próximos dias. Pelo menos sete membros do estafe Rubro-Negro devem deixar o clube. Entre eles estão o assessor executivo Antônio Carletto Sobrinho, o coordenador técnico Borba Filho e assessor técnico Nilson Borges.

Aos 66 anos, Nilson Borges irá curtir a aposentadoria. Ele encerra uma história de quase 40 anos no time da Baixada. Contratado pelo histórico presidente Jofre Cabral e Silva, em 1968, Nilson foi ídolo de toda uma geração de atleticanos, jogando na ponta esquerda. Ajudou o Furacão a conquistar o título estadual de 1970. Depois que encerrou a carreira de jogador, passou por diversas funções, sem nunca abandonar o clube.

O Atlético ainda não se manifestou oficialmente sobre as mudanças. Borba Filho estaria prestes a assumir a equipe do Oriente Petrolero, da Bolívia. A reportagem da Tribuna tentou o contato com Carletto, Borba e Nilson Borges, mas eles não retornaram as ligações.

Sacudir a poeira diante do Rio Branco

A partir de hoje, o Atlético volta a viver a disputa do Paranaense. O time rubro-negro retorna de Salvador e já começa a se preparar para a partida contra o Rio Branco, domingo, na Baixada.

O Furacão estará desfalcado do meia Ferreira, que se apresenta à seleção da Colômbia. Cristian e Válber disputam o lugar do camisa 10. Uma vitória diante do Leão de Paranaguá mantém o Rubro-Negro na liderança isolada do Grupo B. Na 1.ª fase, o Rio Branco derrotou o time B atleticano por 1 a 0, em plena Arena.

Porém, o estadual será prioridade na programação atleticana por pouco tempo. No dia 28, o Furacão embarca rumo aos Estados Unidos. Em 31 de março, o Atlético enfrenta o FC Dallas, em Frisco, no Texas.

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