Serra decide continuar atacando Lula e o PT

O comando político da campanha do candidato tucano à Presidência, senador José Serra, reuniu-se hoje com o presidente Fernando Henrique Cardoso, no Palácio da Alvorada, e decidiu manter a estratégia de atacar o presidenciável petista, Luiz Inácio Lula da Silva. A dez dias das eleições presidenciais, os coordenadores da campanha de Serra apostam suas fichas na “desconstrução” de Lula e não poupam críticas ao petista para tentar a virada.

“Vamos intensificar a campanha e fazer uma ação muito forte para mostrar que o nosso adversário tem assumido todos os compromissos sem assumir nenhum compromisso”, resumiu o presidente do PSDB e um dos coordenadores da campanha tucana, deputado José Anibal (PSDB-SP), após o encontro com Fernando Henrique, o vice Marco Maciel e mais oito políticos que integram a aliança que sustenta a candidatura de Serra.

Segundo o presidente do PSDB, a ofensiva da base aliada será focada em prefeitos, na Igreja Católica, nos evangélicos e nos movimentos sociais.  Tudo para estimular a militância a ir às ruas e pedir votos para Serra. Na reta final da campanha, o presidenciável tucano ainda pretende se dedicar ao corpo-a-corpo com eleitores dos Estados do Sul, Sudeste e Nordeste.

Serra estará amanhã no Rio de Janeiro e sexta-feira fará campanha no Rio Grande do Sul e no Paraná. No sábado, o candidato fica em São Paulo. Na segunda-feira, Serra estará em Minas Gerais, onde, segundo José Anibal, fará campanha ao lado do governador eleito Aécio Neves (PSDB). Na terça-feira, o tucano vai a Pernambuco para fazer campanha com o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB).

Dentro da estratégia tucana de ataques ao candidato do PT, Anibal chamou Lula de “fujão” por não participar dos debates.

Acusou ainda a campanha do petista de ter um alto grau de indefinição e de dissimulação e o PT de estar fazendo “estelionato eleitoral”.

Sob o argumento de que Fernando Henrique tem “responsabilidades que transcendem o governo dele”, José Anibal evitou comentar as declarações do presidente que, ontem, disse que o País está mais maduro e, independentemente do eleito, nada acontecerá. “Não patrulhamos o presidente”, observou. E voltou à carga nos ataques a Lula e a seu programa de governo. “É um promessismo que gera, inclusive, a insegurança na avaliação que agentes econômicos fazem hoje no Brasil”, disse.

Escalado para dar o tom do encontro no Alvorada e sustentar a atual estratégia, José Anibal criticou ainda o “patrulhamento” que está sendo feito à participação da atriz Regina Duarte na campanha de José Serra.

Em sua avaliação, a atriz tem o direito de expressar seu temor caso Lula venha a ser eleito. E observou: “O medo não é só dela; é de milhões de brasileiros”. O presidente do PSDB minimizou ainda a última pesquisa do Ibope, em que Serra aparece com 31% da preferência do eleitorado contra 60% de Lula. “Essa pesquisa foi feita antes do início da propaganda eleitoral gratuita”, disse.

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