Ex-funcionário da gráfica do Cespe informa dez nomes nas fraudes dos concursos

O ex-funcionário da gráfica do Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe), Fernando Leonardo Araújo, deu depoimento na Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Deco) da Polícia Civil do Distrito Federal. Ele informou nomes de cerca de dez funcionários que trabalharam com ele na gráfica entre 2001 e 2003. Esses funcionários serão chamados para depor ainda esta semana. Araújo é integrante da máfia dos concursos, rede criminosa que vendia provas e gabaritos para candidatos de concursos públicos em todo o país.

De acordo com o delegado-chefe da Deco, Cícero Jairo Vasconcelos, Araújo não tinha conhecimento de que sua esposa, Carlimi Argenta Oliveira, repassava as provas para o líder da quadrilha em troca de dinheiro. Ele tirava as provas da gráfica do Cespe e as entregava para Carlimi ? principal ligação entre o Cespe e a quadrilha ? que as repassava para Hélio Ortiz, líder da quadrilha. "Ele disse que ela (Carlimi), ao ser aprovada em concursos públicos, ajudaria a família; (ela) não sabia que havia dinheiro envolvido", afirmou. Segundo o delegado, Carlimi confirmou receber R$ 50 mil para repassar as provas do concurso de fiscal tributário do Mato Grosso.

O inquérito será concluído esta tarde e encaminhado à 3ª Vara Criminal de Justiça. O delegado Cícero Jairo Vasconcelos disse que o depoimento de Araújo é fundamental para definir os próximos passos. "Esse depoimento apresentou os nomes de alguns empregados do Cespe que auxiliavam quando havia demanda no setor gráfico. Com isso, segundo ele, o número de pessoas ouvidas poderá ser mais pontual.

As investigações sobre a máfia dos concursos, a Operação Galileu, foram iniciadas em novembro do ano passado. Os primeiros suspeitos foram presos no dia 22, durante o concurso para agente penitenciário federal. Até agora, foram expedidos 104 mandados de prisão. O delegado informou ainda que, provavelmente, não deve haver novas prisões.

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