Não está fácil

Crise força fechamento de 9,4 mil lojas no Paraná em 2015

O Paraná registrou queda de 16,2% no número de estabelecimentos comerciais com vínculo empregatício no Brasil em 2015 em relação ao mesmo ao ano anterior. O índice é o sexto maior entre as 27 unidades da federação, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência Social.

Em termos absolutos, o Paraná ficou em terceiro no ranking de fechamento líquido de lojas da CNC, com perda de 9,4 mil estabelecimentos, atrás de São Paulo (28,6 mil) e Minas Gerais (12,5 mil). Atualmente, os estabelecimentos com vínculos empregatícios respondem por 43% do total de lojas no varejo brasileiro.

Esta é a maior crise registrada pelo varejo nos últimos 15 anos. O balanço da CNC aponta uma retração de 13,4% nos estabelecimentos comerciais que empregam ao menos um funcionário. Nem mesmo as grandes lojas do varejo foram poupadas: nos últimos 12 meses, esses estabelecimentos registraram recuo de 14,8%.

De acordo com a Confederação, o fechamento das lojas está diretamente associado à queda no volume das vendas. “O levantamento evidencia a dimensão da crise no varejo, que afetou todos os setores, inclusive os grandes, que, teoricamente, têm mais capacidade de enfrentar o quadro recessivo. Além disso, chama a atenção porque ela está presente praticamente no País inteiro”, avalia Fabio Bentes.

Fechamento de lojas por setores

Todos os segmentos do varejo apresentaram queda no número de lojas, destacando-se, em termos relativos, os ramos mais dependentes das condições de crédito, tais como: materiais de construção (-18,3%), informática e comunicação (-16,6%), móveis e eletrodomésticos (-15,0%). Em termos absolutos, no entanto, hipermercados, supermercados e mercearias foi o segmento que teve a maior redução no número de lojas em relação a 2014. Foram 25,6 mil estabelecimentos fechados no ano passado, de um setor que reponde por um em cada três pontos comerciais do País. Esse segmento e o de lojas de vestuário e acessórios responderam por quase metade (45,0%) das lojas que saíram de operação.

Redução de estabelecimentos por estado

O estudo revela, ainda, que das 27 unidades da Federação apenas uma não apresentou queda no número de lojas: Roraima. Espírito Santo foi o Estado mais afetado (-18,5%), seguido por Amapá (-16,6%) e Rio Grande do Sul (-16,4%). De acordo com dados mais recentes da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE, de janeiro a novembro de 2015 o varejo registrou retração de 8,4% no conceito ampliado, que incorpora os resultados do comércio automotivo e de materiais de construção, superando o primeiro recuo em 15 anos, verificado em 2014 (-1,6%).

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