Setor de carnes tem boa perspectiva, mesmo com Brasil ilhado, diz Turra

O presidente executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, disse que é “extremamente boa” a perspectiva para o setor no curto prazo, mas criticou a política de abertura de novos mercados para as carnes brasileiras, principalmente na América Latina. “O Brasil está ficando ilhado, sozinho no comércio internacional em acordos e vendendo ideologia. É lamentável”, disse o executivo durante entrevista em Anuga, maior feira de alimentos e bebidas do mundo, que começou hoje em Colônia, na Alemanha.

Segundo Turra, mesmo com a crise no País os setores de frangos e suínos, representados pela ABPA, “investem pesado” e o volume das exportações deve crescer em torno de 5% em 2015. “Temos uma sanidade exemplar, enquanto 40 países possuem problemas sanitários. As exportações de aves dos Estados Unidos recuaram 14% após um surto de gripe aviária”, exemplificou.

O ex-ministro se mostrou cético em relação à recente alta do dólar e os impactos positivos da valorização da moeda norte-americana no setor. “Isso não vai longe à medida que a situação política se estabilizar. Quem está apostando na alta do dólar vai perder dinheiro”, afirmou.

Turra alertou ainda para uma possível euforia do mercado em relação à alta nas vendas de suínos para a Rússia, mercado que compra hoje 46% de toda a carne de porco que o Brasil exporta. “Eu não acho isso bom. A saída é abrir mais mercados para o setor de suínos. Ao contrário de aves, cuja concorrência é pequena, o mercado de suínos é muito disputado”, concluiu.

* O jornalista viajou a convite da CitrusBR

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