Resultado da 13ª rodada ficou ‘aquém do desejado’, reconhece diretora da ANP

A diretora geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Magda Chambriard, classificou como “positivo” o resultado da 13ª Rodada, quando foram arrematados apenas 37 blocos dos 266 disponíveis – cerca de 14% das áreas. Segundo a diretora, porém, o resultado ficou “aquém do desejado”.

“Se somarmos os valores ofertados em termos de bônus de assinatura e investimento mínimo, teremos investidos R$ 350 milhões. A expectativa moderada para a rodada se confirmou”, afirmou a diretora geral em breve resumo dos resultados do leilão.

De acordo com Magda, o resultado foi “extremamente positivo” sobretudo para áreas de novas fronteiras. “Começa a surgir a Bacia do Parnaíba como principal área de nova fronteira em terra, reforçando a procura por gás associado em terra. Nessa rodada aparece o sucesso do esforço de licitar áreas na bacia de novas fronteiras terrestres”, afirmou.

A diretora geral também destacou o “protagonismo” de empresas brasileiras e a “continuidade da política de oportunidade a pequenas e médias empresas”. “O resultado indica o protagonismo das empresas brasileiras. Das 17 vencedoras, 11 são empresas nacionais. O coroamento veio nos blocos em águas profundas, como operadora e ofertante única a Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP)”, afirmou.

Magda reconheceu, porém, que o resultado final da 13ª Rodada de concessões de áreas de exploração de petróleo ficou “aquém do desejado”. Para ela, o cenário de baixas cotações de petróleo e a ausência da Petrobras contribuíram para a pouca adesão de empresas estrangeiras e de grande porte.

“Esperávamos participação maior de estrangeiras em águas profundas, não tivemos essa participação”, afirmou a diretora. “A Petrobras é e tem sido grande locomotiva da exploração no País. Empresas estrangeiras querem e pleiteiam parceria com a Petrobras de forma que essa pode ter sido uma das razões para as grandes petroleiras não terem participado. (…) Ter 14% dos blocos (arrematados) é um resultado aquém do desejado”, completou.

A diretora avaliou que os preços internacionais de petróleo caíram à metade em menos de um ano, saindo de um patamar de US$ 100, em 2014, quando o leilão começou a ser planejado, para a faixa atual de US$ 50. “Não podemos fechar os olhos para esse cenário. O nível de preços impacta decisivamente no resultado. As empresas ficam mais moderadas e conservadoras na assunção de compromissos e novos portfólios”, afirmou.

Segundo Magda, a agência reguladora considerava as áreas ofertadas “extremamente boas” e vai analisar “o que deu errado” na rodada. “O que deu errado nós vamos voltar para casa para analisar com cuidado. Não temos resposta”, afirmou. “Isso não quer dizer que estamos errados ou que as empresas estão erradas. Com os mesmos dados, equipes de geólogos enxergam diferentes oportunidades”, ponderou. “Essas áreas eram consideradas pela ANP como extremamente boas. No Espírito Santo, empresas não adquiriram nada. O bloco onde tínhamos previsão de maior bônus mínimo não foi arrematado”, exemplificou.

Resultado

A 13ª Rodada teve um índice de sucesso de 13,9% – dos 266 blocos ofertados, 37 foram arrematados por petroleiras. Esse é o pior resultado já alcançado pela agência desde a 5ª Rodada, realizada em 2003. Naquela data, foram oferecidos 908 blocos e 101 foram arrematados.

Para o diretor-geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Elói Fernández y Fernández, ainda assim, o leilão foi positivo, porque deu uma indicação para a indústria de que a intenção do governo é dar continuidade às licitações. “A realização do leilão é o principal fator positivo”, afirmou. Em sua opinião, a ausência da Petrobras contribuiu para a falta de concorrência, mas foi conjuntural.

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