Desindexação da economia é muito importante, diz Levy

O ministro da Fazenda afirmou nesta quarta-feira, 7, que a desindexação da economia é importante e que reduz as dificuldades de conduzir a política monetária e a torna menos onerosa. Conforme antecipou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), o ministro apoia a desindexação e está começando os trabalhos com o setor elétrico.

“Conseguimos alcançar a estabilidade da moeda, mas como a gente ainda tem essa lembrança do tempo inflacionário e de que tudo tem que ter um reajuste igualzinho olhando para trás e é a única coisa que todo mundo olha, para trás, a gente acaba tendo inércia na economia, o que dificulta e que torna a política monetária mais difícil de ser conduzida e mais onerosa”, disse, durante o V Congresso Internacional sobre Qualidade do Gasto Público, em Brasília.

Segundo Levy, a decisão de começar com o setor elétrico foi negociada com o segmento, que, segundo ele, tem ido bem e enfrentado desafios da seca com muita transparência. “A gente já começou de maneira muito focada e negociada na parte da energia para as (indústrias do) setor eletro intensivo, está sendo agora aprovada pelo Congresso e foi negociada com o setor”, ressaltou.

No setor privado, o ministro da Fazenda citou Gerdau como um dos apoiadores da desindexação. “Há grandes defensores no setor privado para que a gente passe para a desindexação e diminua os grilhões que nos amarram ao passado. O doutor Gerdau é um dos que mais defende esse assunto para que a gente olhe para frente toda vez que discuta preços e contratos e isso vai facilitar a queda de juros do futuro”. “Então, começar esse trabalho da desindexação é importante e é uma das coisas estruturais junto com a própria reorganização da arquitetura financeira e financiamento da economia e temos que começar a trabalhar se estamos querendo ter certeza que o crescimento que teremos assim que resolver as questões fiscais imediatas serão sustentáveis”, continuou.

O ministro defendeu ainda a necessidade de medidas concretas para possibilitar a desindexação. “Temos que estar estudando medidas concretas, que não são necessariamente radicais, são medidas que você vai construindo ao longo do tempo”, ponderou. Levy ressaltou ainda que ter como foco a inflação futura é mais importante para a tomada de decisões e isso deve ser levado em consideração na discussão sobre preços e contratos.

Eficiência do gasto público

Levy ressaltou a necessidade de o governo melhorar a eficiência do gasto público. Segundo ele, é preciso estar atento à capacidade da sociedade de financiar os custos das atividades que o governo faz para atender às demandas da própria sociedade.

O ministro citou serviços essenciais à produção, como a defesa sanitária. “Se a gente não tem esse serviço funcionando adequadamente mesmo que de forma delegada para Estados e municípios, temos dificuldade de fazer a economia exportar e não somos reconhecidos em outros países”, afirmou. Para o ministro, o importante é que o governo esteja sempre prestando atenção em como e em o que ele está gastando para que os recursos públicos tenham o melhor destino.

O dirigente da Fazenda ressaltou os custos obrigatórios do governo com aposentadoria, saúde e programas de assistência social. “No Brasil, 40% do custo do gasto público do governo federal é com aposentadorias, outra parte significativa é com a saúde e temos também vários programas assistenciais de transferência de renda que são muito importantes”, disse.

IRB

O ministro afirmou nesta quarta-feira que ainda não tomou uma decisão quanto ao adiamento de abertura de capital do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). “Ainda não tomei decisão nenhuma sobre o IRB”, disse.

No início do mês, o governo decidiu adiar a abertura de capital da Caixa Seguridades. As operações foram anunciadas pelo governo e são necessárias para que o governo cumpra a meta fiscal de 2015.

Com o adiamento, as receitas podem não entrar no caixa este ano. O governo conta com R$ 5 bilhões em concessões e permissões em 2015. A meta de superávit para a União é de R$ 5,8 bilhões.

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