Recuo nos bens de capital em julho ante julho/2014 é o maior da série, diz IBGE

A queda de 27,8% na produção de bens de capital em julho ante julho de 2014 foi a maior já observada na série da indústria, iniciada em janeiro de 2003 neste confronto, informou nesta quarta-feira, 2, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso mesmo com um aumento na produção de bens de capital não seriados, feitos sob encomenda, em relação ao ano passado.

“Os bens de capital não seriados, feitos sob encomenda, tiveram crescimento maior em relação ao ano passado. Isso não garantiria uma leitura diferente para bens de capital como um todo. É um efeito pontual”, afirmou André Macedo, gerente de Coordenação de Indústria do IBGE.

As encomendas acabaram ajudando o setor de máquinas e equipamentos, cuja produção avançou 6,5% em julho ante junho. Mas o resultado não compensa a sequência de cinco quedas anteriores, período em que acumulou retração de 11,5%, apontou o IBGE.

Piora

A indústria observa piora no desempenho mês a mês, e as atividades industriais voltadas ao mercado interno são as que têm mostrado redução de ritmo mais intensa, afirmou André Macedo. Entre esses segmentos está o de bebidas, cuja produção caiu 6,2% em julho ante junho, o segundo maior impacto negativo no mês.

“A indústria está piorando mês a mês”, disse o gerente do IBGE. “Essa é uma característica bem marcada de setores que estão com estoques acima do seu padrão habitual. Ainda não há um ajuste para setores importantes, como veículos. Se estou formando estoque, é porque não tenho demanda para dar conta da minha produção”, acrescentou.

A redução dos investimentos e o menor consumo das famílias, em função do aumento da taxa de desemprego e da renda disponível menor, seja porque as famílias estão comprometidas com dívidas anteriores ou porque os preços estão mais elevados, são os componentes da demanda que estão por trás do menor rimo da indústria.

“Além disso, as taxas negativas são sempre muito mais intensas do que os crescimentos”, notou Macedo. De setembro para cá, a indústria acumulou oito quedas e apenas três avanços, sempre na comparação com o mês imediatamente anterior. Nesse período, o saldo acumulado é uma queda de 8,5%.

Voltar ao topo