Scheinkman: Brasil não está em boa rota para manter seu grau de investimento

O professor de Economia na Columbia University, José Alexandre Scheinkman, disse neste sábado, 29, que o Brasil não está em uma boa rota no sentido de manter o seu grau de investimento. “Isso vai depender de diversos fenômenos, não é algo que podemos ficar tranquilos”, disse no 7º Congresso Internacional de Mercados Financeiros e de Capitais organizado pela BM&FBovespa em Campos do Jordão, interior de São Paulo.

Scheinkman lembrou que um dos primeiros efeitos caso o Brasil perca seu grau de investimento é a saída de investidores institucionais no País, que têm o mandato para poderem alocar todo os recursos ou uma grande parcela deles apenas em países com esse “selo”.

Segundo ele, outro efeito para a perda do grau de investimento seria que o País passaria a pagar mais caro para “levantar fundos”. O professor da Columbia University destacou ainda que muitas empresas brasileiras que estão buscando captar no exterior já estão encontrando um ambiente mais difícil e uma certa relutância dos investidores.

Empresa brasileira

Scheinkman disse também que as firmas brasileiras estão entre as piores geridas no mundo, juntamente com China e Índia. “Isso também é uma consequência de um ambiente econômico ilegal”, disse.

“Os preços altos da tecnologia da informação e de capital humano levam firmas no Brasil a usarem menos destes insumos e com piores práticas de gestão”, disse ele.

Em painel intitulado “Brasil: o desafio da produtividade”, Scheinkman disse que a baixa produtividade observada no Brasil é ainda uma consequência de políticas de incentivo a determinados setores, que acaba diminuindo ainda mais os níveis de produtividade no País. Ele citou como “preocupante” o fato da Argentina, que segundo ele está parada há muito tempo, ter, por exemplo, uma infraestrutura portuária melhor que a do Brasil.

Entre as empresas, o professor da Columbia University disse que estatais são, em geral, mal geridas. Por outro lado, as companhias com ações ou com fundos de private equity no capital social têm uma gerência acima da média.

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