Mesmo se Grécia votar “não”, é preciso se ater a compromissos, diz francês

O ministro da economia da França, Emmanuel Macron, criticou o antagonismo criado entre lados opostos do plebiscito grego e disse que negociações políticas entre a Grécia e os parceiros europeus devem se reiniciar na segunda-feira, qualquer que seja o resultado da votação.

“Mesmo se os gregos votarem ‘não’ (isto é, contra as exigências dos credores), a nossa responsabilidade amanhã será não fazer um Tratado de Versalhes para a zona do euro”, disse Macron, referindo-se ao pacto do final da Primeira Guerra Mundial que impôs sanções pesadas sobre a Alemanha. “Não é porque um lado acha que já ganhou um plebiscito que pode esmagar um povo”, acrescentou Macron.

Falando na conferência Rencontres Econmiques, Macron criticou aqueles que pressionam para que o país saia da zona do euro. Ele também fez comentários negativos sobre o governo grego pela criação de um plebiscito baseado em textos que, segundo ele, não são mais válidos.

“Estas são duas formas de populismo às quais não devemos ceder”, disse Macon.

Enquanto os gregos vãos às urnas, alguns jornais locais mostraram suásticas em suas primeiras páginas, junto com imagens do ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, e pedidos pelo voto “não” no plebiscito. Na Alemanha, os jornais têm ridicularizado o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, descrevendo-o como um covarde e um jogador por pedir que os gregos votem “não”.

Macron afirmou que todos os países da zona do euro são “coprodutores” da crise grega. Cada país tem se beneficiado de estar no euro e toda a zona do euro deve agora se juntar para definir um projeto político ou enfrentar uma repetição da crise grega em outro país, acrescentou.

“Sem uma nova ambição e uma nova visão […] haverá mais ‘Grécias’ amanhã”, disse o dirigente francês.

Macron não pediu explicitamente um voto dos gregos, mas afirmou que eles devem ser responsáveis. “Eles devem saber que estão votando não apenas para a Grécia, mas toda a zona do euro”, disse Macron. Fonte: Dow Jones Newswires.

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