Fibra: queda das importações veio pela redução das compras de bens de capital

A virada da balança comercial nos primeiros seis meses do ano, com superávit de US$ 2,222 bilhões, segundo divulgou nesta quarta-feira, 1, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), se deu mais em função da redução das importações do que pelo crescimento das exportações.

Mas o resultado traz novidades importantes, segundo observou o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira. Do lado negativo, segundo ele, a queda das importações veio pela redução das compras de bens de capital e matérias-primas intermediárias e combustíveis e lubrificantes. “São produtos ligados diretamente à atividade econômica”, disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Para ele, é bom que se faça essa ressalva, porque bens de capital e matérias-primas intermediárias e combustíveis e lubrificantes respondem por dois terços da pauta de importação brasileira. “O resultado comercial é positivo, mas vem de um quadro econômico recessivo”, ressaltou o chefe do Departamento Econômico do Fibra.

O lado bom, de acordo o economista, é que as exportações de produtos básicos caiu nos primeiros seis meses do ano abaixo de 50% na pauta de exportações, dando mais espaço para os bens industrializados. No acumulado dos primeiros seis meses de 2014, a participação dos básicos no total das exportações brasileiras era de 50,8%. De janeiro a junho deste ano, de acordo com o MDIC, caiu para 48,7%.

Oliveira pondera, no entanto, que essa queda da participação dos básicos ocorreu por causa da redução nos preços internacionais, em especial do minério de ferro. “Em termos absolutos, os preços dos básicos caíram mais que os preços dos industrializados”, disse.

Ainda de acordo com Oliveira, até o momento o câmbio ainda não ajudou a balança comercial. Isso, segundo ele, deverá ocorrer nos próximos meses. Cálculos feitos por ele, tomando como base os dados recentes da balança comercial e a projeção para o PIB em 2016, indicam um superávit comercial de US$ 10 bilhões neste ano e de US$ 20 bilhões no ano que vem.

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