BC deverá seguir tanto seu próprio modelo quanto os de mercado, diz Goldfajn

O Banco Central (BC) deverá seguir tanto seus modelos de projeção quanto os modelos de mercado na condução do aperto da política monetária ora em curso, segundo a avaliação do economista-chefe do Itaú, Ilan Goldfajn. Após mediar uma sessão no XVII do Seminário Anual de Metas para a Inflação do BC, no Rio, nesta sexta-feira, 22, o ex-diretor da instituição afirmou a jornalistas que, no modelo da autoridade monetária, as projeções de inflação tendem a convergir mais rapidamente para o centro da meta do que nos modelos das instituições de mercado, captadas no Boletim Focus.

“O importante é que as expectativas estejam sempre em queda”, afirmou Goldfajn. O mercado espera uma sinalização mais clara da postura do BC no discurso do presidente Alexandre Tombini, no encerramento do seminário.

Inflação de serviços

Uma análise mais clara sobre os rumos da inflação de serviços só poderá ser feita após os choques provocados pelos reajustes nos preços administrados saírem dos índices, afirmou Goldfajn. Os preços administrados, sobretudo a conta de luz, afetam diretamente os custos das empresas prestadoras de serviços e, por isso, influem na inflação de serviços no curto prazo, lembrou o economista.

“Só dá para olhar para (a inflação de) serviços quando o choque sair”, afirmou Goldfajn, após mediar uma sessão no XVII do Seminário Anual de Metas para a Inflação do BC, no Rio.

Segundo Goldfajn, as projeções para o IPCA deste ano foram elevadas e, agora, estão na casa de 8,5%, porque o aumento dos preços administrados foi “além do que a gente imaginava”. O economista demonstrou ser favorável a reajustes mais fortes e rápidos, por causa dos efeitos na expectativa de inflação. “Aumenta agora, mas tira (inflação) do futuro”, comentou.

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