Mercadante: governo vai criar grupo para discutir pautas da indústria automotiva

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse nesta quarta-feira, 1, que o Brasil tem atualmente grande potencial para avançar no Plano Nacional de Exportações. O comentário foi realizado em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, concedida por Mercadante e pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, após reunião com a presidente Dilma Rousseff.

Mercadante disse que o governo vai criar um grupo de trabalho para discutir as pautas da indústria automotiva e que propostas serão apresentadas em 30 dias. Por parte do governo, o grupo contará com representantes dos ministérios da Fazenda, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Cidades e Relações Exteriores. Segundo o ministro, a presidente se comprometeu a criar o grupo interministerial com a Anfavea para apresentar resultados dentro de 30 dias.

Segundo Mercadante, o Brasil tem atualmente uma taxa de câmbio bastante competitiva e isso ajudará nos resultados de exportações. De acordo com Mercadante, “o real ganhou competitividade perante outras moedas fortes” e que isso será importante para ampliar a presença da indústria automotiva brasileira, principalmente na América Latina e na África. Citou que esse esforço de conquista de novos mercados contará com ações de diplomacia comercial. Ele mencionou focos em países como Paraguai e Chile, e com outros integrantes que estão negociando a entrada no Mercosul, como a Bolívia.

Moan disse que a pauta da reunião desta quarta-feira, 1, foi muito positiva do ponto de vista da indústria. Ele concordou com Mercadante e disse que o caminho correto da indústria é buscar ganhos de competitividade. “E agora, o fator primordial envolve medidas de estimulo às exportações”, afirmou. Destacou que o novo patamar do dólar terá papel importante. “No curto prazo, terá impacto no item importado. No médio e longo prazos, é estímulo para as exportações”, disse. “Compreendemos e apoiamos as ações de ajuste fiscal, para que possamos o mais rápido possível retomar o crescimento”, ressaltou Moan.

O presidente da Anfavea disse que prestou agradecimento à presidente Dilma pelo esforço da renovação do acordo automotivo com o México. “Foi um alento para que a indústria automotiva brasileira, agora em condições de mais competitividade, possa aumentar as exportações”, disse. Moan mostrou-se otimista em relação à renovação do acordo automotivo com a Argentina, que vence em 30 de junho. Uma das demandas do setor, por exemplo, envolve a continuidade do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota). Mercadante disse que esse programa é importante, alavancando produção de máquinas e equipamentos para o campo. “Vamos nos debruçar junto com a Anfavea na construção dessas medidas”, afirmou Mercadante. “Queremos trabalhar no novo acordo. Os dois governos terão sucesso na prorrogação”, completou Moan.

Sobre as vendas no mercado interno, Moan citou que houve queda em torno de 23% no primeiro bimestre, mas destacou que este ano o carnaval ocorreu em fevereiro, portanto houve menos dias úteis. Os dados de março ainda não estão fechados, disse o executivo, mas ainda assim ele considerou que o resultado do primeiro trimestre deve ser melhor que o dos dois primeiros meses do ano.

Balanço

A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), entidade que representa mais de 8 mil concessionários de veículos de todo o Brasil, divulgou nesta quarta-feira, 1, que o setor da distribuição de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários, máquinas agrícolas e outros, como carretinhas para transporte) apresentou alta de 28,14% em março em relação a fevereiro. Foram emplacadas 371.860 unidades em março, contra 290.199 no mês anterior. Na comparação entre os meses de março 2015 e o mesmo mês de 2014, o setor automotivo registrou alta de 1,81% este ano.

Já no acumulado do primeiro trimestre, houve queda de 15,04% para todos os setores somados, segundo a Fenabrave. Nos primeiros três meses deste ano, foram emplacadas 1.035.044 unidades, contra 1.218.285 no mesmo período de 2014.

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