Palocci defende Copom e diz que economia cresce

O ministro da Fazenda, Antônio Palocci Filho, disse ontem que a política monetária fez um movimento importante de controle da inflação e de redução na taxa de juros no ano passado e defendeu a decisão do Banco Central de manter a taxa em 16% ao ano na reunião encerrada anteontem. Segundo ele, as decisões da equipe econômica repercutiram fortemente na atividade econômica e os dados de crescimento já são “evidentes”.

O ministro não vê razão para as críticas com relação à decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de manter a taxa de juros em 16% ao ano. “Os juros foram mantidos, não elevados. Se há recuperação econômica, não vejo porque esse caminho seja prejudicado (com a manutenção da taxa)”, disse Palocci ao final da audiência pública na Comissão da Câmara que discute o projeto de lei sobre agências reguladoras.

Segundo Palocci, as “coisas estão sendo feitas adequadamente” dentro da política econômica. Para o ministro, não há outro objetivo mais importante na política econômica que a repercussão das medidas na renda das famílias.

Inflação

O ministro voltou a dizer que a meta de inflação deste ano, de 5,5%, não será mudada. “Se toda a vez que a inflação estiver pressionada, a gente mudar a meta (de inflação), o resultado será a hiperinflação”, disse Palocci. Segundo ele, é preciso preservar a conquista do controle inflacionário. “A inflação é feita para ser combatida.”

Arrecadação

O ministro da Fazenda negou que o atraso na divulgação dos dados da arrecadação da Receita Federal de maio tenha qualquer relação com a votação no Senado do salário mínimo.

A Receita Federal havia marcado uma entrevista para a divulgação dos números na segunda-feira (14), que foi cancelada sem qualquer explicação. De acordo com Palocci, “é verdade” que a arrecadação da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) no mês de maio “aumentou” fortemente.

No entanto, segundo ele, essa elevação é um efeito da mudança na legislação da contribuição, que passou a incidir sobre produtos importados.

Palocci diz acreditar que ao longo do ano haverá uma acomodação da arrecadação da Cofins como aconteceu no ano passado com a arrecadação do PIS (Programa de Integração Social). As duas contribuições passaram a incidir também sobre produtos importados. “O compromisso do governo é de que não devemos aumentar a carga tributária”, disse Palocci.

Segundo o ministro, se, de fato, houver aumento da carga tributária em razão das mudanças na legislação, serão feitos ajustes para acomodar o nível da carga tributária.

Palocci enfatizou que a Receita Federal vai continuar sendo transparente na divulgação de seus dados.

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