Aberta a temporada

Setembro é um bom mês para conseguir emprego temporário

O melhor momento para conseguir um emprego temporário no final do ano é agora. As empresas responsáveis por fazer o recrutamento de candidatos já estão selecionando os profissionais. Porém, a expectativa de contratações não é tão animadora, com número de vagas disponíveis abaixo do que foi oferecido em anos anteriores.

“Percebemos que este ano está estranho. Está diferente do que tivemos em 2012 e 2013”, avalia o gerente de recursos humanos da agência de recrutamento Pró-Eventos, Fabiano Alves da Silva. Ele explica que os clientes reduziram o orçamento e diminuíram o número de vagas abertas para a temporada.

De acordo com ele, a situação está mais acentuada na indústria (metalúrgica e mecânica) e também no comércio. Já a indústria de alimentos se manteve estável. “Um de nossos clientes, por exemplo, contratou no ano retrasado 50 pessoas. No ano passado foram 60 profissionais, teve um aumento, mas neste ano foram abertas 38 vagas”, comenta.

Varejo

O que Silva percebeu nos negócios também é explicado em números. Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que o setor de varejo irá oferecer 138,7 mil vagas para o final deste ano, expansão correspondente a 0,8% em relação às vagas temporárias criadas para o Natal do ano passado.

No Paraná, a expectativa da Fecomércio é que “haja uma pequena expansão na oferta de postos de trabalho no comércio”, divulgou a instituição. “Porém em níveis muito abaixo dos patamares dos últimos três anos, mesmo porque a economia não permite otimismo por parte dos empresários, que não investirão tanto em estoque nem em contratação temporária”.

Para o diretor de planejamento da Fecomércio PR, Dieter Lengning, a situação se explica pelo fato de as condições de mercado não estarem favoráveis, bem como o desenvolvimento da economia nacional, com o PIB caindo e a inflação subindo. “Isto influencia negativamente o empresário, que tem a preocupação de não contratar o temporário, mas manter sua equipe”, diz.

Lengning acredita que o cenário ficará mais claro após as eleições, já que o setor está em “compasso de espera”. Além disso, ele afirma que, o índice divulgado pela CNC é favorável. “Dentro das condições econômicas atuais, 0,8% de crescimento em relação ao ano passado é um número positivo”, destaca.

Registro formal é melhor opção

Em geral, o período mais movimentado de contratações acontece até a segunda quinzena de outubro, com início do trabalho em novembro. Desta forma, setembro é considerado o melhor mês para os cadastros de candidatos interessados em trabalhar como temporário.

Apesar de o contrato ser referente a 90 dias, os funcionários têm quase os mesmos direitos que a equipe efetiva. O gerente de recursos humanos, Fabiano Alves da Silva, destaca ainda a importância do contrato formal de emprego. “O que nos preocupa é o fato de mais de 40% das empresas contratar de maneira informal, mas os dois lados perdem”, diz.

Experiência

Além disso, o trabalho temporário pode ser um período de experiência para eventuais efetivações. Foi o que aconteceu com o promotor de vendas Wellington de Campos Machado, 24, que trabalha há quase três anos em uma multinacional do ramo de alimentos em Curitiba.

Seu primeiro contato com a empresa aconteceu de forma temporária no final do ano. Logo na sequência Machado foi contratado por mais três meses, durante a produção para a Páscoa, e efetivado. “Is,to contou muito para mim. Estou efetivado há dois anos e um mês, mas como já tive a experiência no verão e na Páscoa, digo que já estou há quase três anos”, conta. “O trabalho temporário serviu para conhecer o pessoal, como é o ritmo. Agora todos me conhecem”, completa.

Ele conta ainda que o contrato temporário formal foi decisivo para o trabalho. “Achei extremamente vantajoso, ser registrado é essencial, pois qualquer problema que poderia ter, teria onde recorrer”, garante.

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