Gradual vê cenário mais otimista para exportações

O resultado da balança comercial em agosto surpreendeu positivamente e um cenário um pouco mais otimista para as exportações tende a persistir no restante do ano. A avaliação é do economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, que, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, disse que trabalha com uma expectativa de superávit comercial acumulado para 2014 de US$ 3 bilhões, acima da mediana de US$ 2,17 bilhões da mais recente pesquisa Focus do Banco Central.

Nesta segunda-feira, 01, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou que a balança comercial fechou agosto com um superávit de US$ 1,168 bilhão, com US$ 20,465 bilhões em exportações e US$ 19,297 bilhões em importações. O resultado veio acima das expectativas dos economistas do mercado financeiro.

De acordo com levantamento do AE Projeções, as estimativas variavam de um resultado negativo de US$ 100 milhões a um superávit de US$ 1 bilhão, intervalo que gerou mediana positiva de US$ 400 milhões. A Gradual trabalhava com um superávit comercial de US$ 178 milhões para o oitavo mês do ano.

“O que eu vejo é uma situação melhor das exportações brasileiras ao longo do terceiro trimestre”, disse Perfeito, lembrando que, na divulgação da semana passada, referente ao Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, a parte ligada às exportações já havia sido uma das poucas com conteúdo positivo na publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Eu acho que esse cenário tende a persistir porque tivemos um início do ano com o choque relacionado aos problemas da Argentina e, como está sendo discutido o fim do Quantitative Easing (programa de estímulo do banco central dos Estados Unidos), é bem provável que alguns poucos mercados reajam melhor”, explicou.

Para Perfeito, o comportamento da balança não deve ser nada de espetacular, mas não deixa de ser uma boa notícia, num período de más informações para a economia brasileira. “Não é nada de excepcional, nada muito fora do lugar, mas acredito que a balança comercial poderá acumular um otimismo maior para o Brasil”, opinou. “O meu otimismo em relação à balança se renova. E estamos precisando de boas notícias neste País.”

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