Seade: alta de 0,8% na ocupação é destaque da PED

O aumento de 0,8% no nível de ocupação na Região Metropolitana de São Paulo na passagem de junho para julho é o grande destaque da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada na manhã desta quarta-feira, 27, pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). A avaliação é do coordenador da pesquisa, Alexandre Loloian, que ressaltou ainda que a taxa de desemprego só não caiu na região porque houve aumento de 0,9% da População Economicamente Ativa (PEA) no período.

O incremento no número de empregos pode sinalizar uma retomada do fôlego do mercado de trabalho nos próximos meses. “O crescimento da ocupação no segundo semestre é sazonal, mesmo em anos que a economia não vai tão bem”, avalia o especialista. Todos os meses de 2014 até junho registraram níveis de ocupação superiores aos de iguais períodos de 2013 e 2012.

Na margem, contribuíram positivamente os setores de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas e da construção. O saldo total em julho foi de criação de 74 mil postos de trabalho, elevando o número de ocupados para 9,771 milhões de pessoas. “A taxa de desemprego só não caiu porque 96 mil pessoas voltaram a procurar emprego”, comentou Loloian, referindo-se ao incremento na PEA. No período, o número de desempregados aumentou em 22 mil, para 1,257 milhão de pessoas.

O coordenador da PED qualificou como “surpresa positiva” a criação de 100 mil postos de trabalho no comércio no mês passado. A recuperação, no entanto, ocorre após a eliminação de 284 mil empregos entre os meses de fevereiro e junho. Apesar da melhora na margem, na comparação interanual houve recuo no indicador: o setor empregava 1,812 milhão de pessoas no sexto mês de 2013 e agora o número de ocupados do comércio é de 1,7 milhão.

Outro setor destacado por Loloian foi a construção civil. Ele avaliou que o nível de ocupação do setor vai na contramão dos diagnósticos que tem sido feitos – de que os estoques estão elevados e que não há investimentos. O número de ocupados na construção atingiu o maior patamar desde 2011, com 782 mil postos. “Este dado sinaliza que falta de sintonia entre o que se diz sobre o setor, de que o humor está ruim e de que as expectativas estão deprimidas, já que o nível de ocupação vem crescendo nos últimos meses”.

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