Ministro alemão pede mudanças nas sanções a Rússia

O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, pediu mudanças na implementação de sanções contra setores da economia da Rússia. Ele sinalizou que a queda do avião da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia e o apoio insuficiente de Moscou ao processo de paz na região não deixa opções que não adotar medidas mais duras.

“Depois da morte de 300 inocentes após a queda do MH17 e do comportamento indigno de soldados saqueadores no local, o comportamento da Rússia não nos deixa opção”, declarou Steinmeier ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung neste sábado.

Os comentários acontecem num momento em que a União Europeia está finalizando planos para o chamado “terceiro estágio” das sanções mirando amplos setores da economia russa. Governos da UE podem decidir até terça-feira por avançar com as sanções econômicas que restringiriam o acesso dos russos ao mercado de capitais europeu e proibiria exportações de itens relacionados ao trabalho militar, de tecnologia para o setor elétrico e de armas para a Rússia.

“A Rússia já prejudicou sua economia com sua atitude e as sanções vão intensificar isso”, disse o ministro alemão. “Agora precisa ficar claro a todos em Moscou que, em vez de apenas palavras, contribuições reais para uma redução da violência no leste da Ucrânia são necessárias”, completou. Ele reforçou, porém, que a Europa permanece aberta a “conversas sérias com a Rússia”.

Em outra entrevista, desta vez à revista semanal WirtschaftsWoche, publicada neste sábado, Steinmeier disse estar “surpreso” que as sanções contra a Rússia foram eficazes antes mesmo de elas serem impostas, apontando que houve saída de capital da economia russa.

O ministro declarou ainda que as sanções terão “no curto prazo, baixo impacto” para a Alemanha, apesar dos laços próximos de negócios entre os dois países. Empresas alemãs alertaram, entretanto, que a maior economia da Europa poderia ser afetada pelas sanções contra a Rússia.

“De todos os países da UE, a Alemanha tem o maior comércio com a Rússia e seria a mais afetada pelas sanções”, disse Eckard Cordes, que comanda a Ostauschuss, um braço de lobby da indústria alemã para a Europa Oriental, em uma entrevista à revista Focus, também publicada neste sábado. O chefe da Associação Alemã de Engenheiros, Reinhold Festge, disse À mesma revista que os governos deveriam se perguntar ao impor sanções “qual o dano que isso poderia causar e se elas levariam ao resultado desejado”. Fonte: Dow Jones Newswires.

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