Indústria e varejo puxam queda da renda em SP, diz IBGE

A queda de 1,6% no rendimento médio real dos trabalhadores na região metropolitana de São Paulo entre maio e junho foi puxada principalmente pelas atividades da indústria e do comércio, de maior peso no local. Na indústria, houve perda de 3,6%, enquanto o salário do comércio diminuiu 2,2% em termos reais, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na região, ainda houve redução de 13,9% no salário médio real da construção e de 0,8% nos serviços prestados às empresas. A técnica Adriana Beringuy, da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, notou que os rendimentos nominais também estão em queda em boa parte dos casos, o que mostra que não se deve apenas a perdas geradas pela inflação, que inclusive desacelerou em junho.

“Em São Paulo, houve queda de 1,4% no rendimento médio nominal em junho ante maio. Pode ser que essa queda não esteja atrelada a perdas de correção pela inflação, mas também à própria dinâmica dos salários pagos”, afirmou Adriana. No entanto, ela ressaltou que, na comparação com junho de 2013, houve expansão real de 0,6% (nominal de 6,0%).

Diante disso, ela considerou que ainda é cedo para avaliar se os recuos na margem, ocorridos em termos reais em nominais também outras três regiões metropolitanas (Recife, Belo Horizonte e Rio de Janeiro) na são um sintoma de arrefecimento no mercado de trabalho. “A análise mensal do rendimento flutua muito e não permite concluir se já há sinal de desaquecimento”, afirmou.

Demissões

Em São Paulo, além da perda no poder real de compra, os funcionários da indústria sofreram com a extinção de postos de trabalho. A indústria demitiu 107 mil pessoas nesta região metropolitana de São Paulo no mês junho, uma queda de 5,9% em relação a igual mês do ano passado. Foi o único setor na região a registrar uma redução considerada relevante do ponto de vista estatístico no período. Em relação a maio, foram fechados 74 mil postos de trabalho, uma queda de 4,1%.

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