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ABEstatística reprova ingerência externa no IBGE

A Associação Brasileira de Estatística (ABE) divulgou hoje nota reprovando ingerência externa no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e defendendo a capacidade do corpo técnico de tomar decisões sobre as pesquisas.

O IBGE entrou em crise depois de a direção ter cancelado, na semana passada, as próximas divulgações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), sob o argumento de que seria necessário concentrar esforços numa força-tarefa para atender às exigências previstas em lei.

Os técnicos que trabalham na revisão da metodologia de cálculo da Pnad Contínua sinalizaram nessa semana que não haverá necessidade de interromper o calendário de divulgações ou fazer mudanças na amostra para atender as exigências da Lei Complementar nº 143/2013, que determina a renda domiciliar per capita – produzida pela pesquisa – como base para o rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE), disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, responsável pela Pnad Contínua.

Leia a íntegra da nota da ABE.

“A Associação Brasileira de Estatística (ABE) vem a público manifestar sua reprovação a qualquer ingerência externa em questões eminentemente técnicas e de metodologias desenvolvidas por instituição renomada e que vem demonstrando, ao longo dos anos, sua lisura e competência técnica. A autonomia e independência de institutos de estatística como o IBGE são condições essenciais para sua credibilidade, e esta por sua vez, é essencial para que cumpram plenamente sua função de retratar com fidelidade a realidade do país.

“Acreditamos que o IBGE vem cumprindo a sua missão institucional de forma excepcional, e externamos nossa confiança no trabalho deste importante órgão do Estado brasileiro. Destacamos também seu permanente compromisso com o melhoramento da qualidade de suas pesquisas, além da divulgação transparente e pontual dos resultados nelas obtidos para todos os setores da sociedade brasileira.

“Seu quadro técnico é formado por profissionais altamente qualificados, titulados em instituições nacionais e internacionais de renome, e alguns reconhecidos internacionalmente por suas contribuições metodológicas. Assim sendo, estão totalmente capacitados a tomar decisões relativas às pesquisas desenvolvidas, as quais fornecem subsídios essenciais para diversas ações governamentais e para a informação da sociedade.”

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