Culpa dos impostos

Quem abastece com gasolina paga 84,05% só com o imposto

A gasolina embute 84,05% de impostos; o etanol, 74,96%; e o diesel comum, 86,07%. Estes percentuais começam a ser estampados em postos de todo o Paraná, em campanha lançada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis-PR), que inclui ainda panfletos informativos e cartilhas. A ação tem duração prevista de 60 dias.

A iniciativa antecipa o teor da lei que obriga as empresas a detalhar nas notas fiscais o valor de impostos pago pelo consumidor. No ano que vem as empresas serão obrigadas a colocar as informações ou serão multadas, pois ainda estão em fase de adaptação. “Pegamos carona nesta lei mostrando essa parafernalha de impostos nos combustíveis”, conta o presidente do Sindicombustíveis-PR, Roberto Fregonese.

Reclamações

Os índices divulgados pela entidade revelam quanto o consumidor paga de tributos federais e estaduais ao abastecer seu veículo. O posto recolhe também INSS,FGTS,IR, Contribuição Social sobre Lucro Líquido, salários dos funcionários, energia elétrica, água e esgoto, TCFA (Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental), entre outros gastos.

Segundo Fregonese, com o dinheiro que sobra ainda é preciso pagar o custo do transporte e garantir as margens de lucro do distribuidor e do revendedor. O empresário reclama que só a margem de lucro do combustível não sustenta o estabelecimento. “O posto tem que fazer volume na venda de combustível para cumprir as obrigações. São três fontes de renda no posto: o combustível, a loja de conveniências e serviços, como lavagem e troca de óleo”, aponta.

Autoatendimento reduz custos

Roberto Fregonese não acredita em redução dos impostos dos combustíveis no futuro próximo. Para o empresário, a queda no valor pode vir com a implantação do autoatendimento, em que o próprio cliente coloca a gasolina no carro. “Com o autoatendimento teríamos redução significativa, pois 60% da margem do revendedor de combustível fica no salário e nos encargos sociais”, cita. De acordo com o presidente do Sindicombustíveis, atualmente o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos combustíveis representa em média 30% da arrecadação do Estado e esse é um fator que dificulta a renúncia fiscal.