Sarkozy confirma plano de bancos sobre dívida grega

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, endossou um plano estruturado pelos bancos franceses prevendo extensão nos vencimentos dos bônus da Grécia. A proposta, que deve ser apresentada em uma reunião de bancos e instituições financeiras que acontece hoje em Roma, prevê que metade dos recursos provenientes do vencimento dos bônus será reinvestido em novos papéis de 30 anos e um quinto seja reinvestido em bônus de alta qualidade – para os bancos franceses, provavelmente, seriam títulos do Tesouro francês – para assegurar a devolução após 30 anos. Um veículo de propósito especial, controlado pelos credores privados, seria criado para administrar ambos os ativos, de elevada qualidade e os bônus gregos.

O plano francês tem traços do Plano Brady, estruturado no final da década de 1980 para reestruturar a dívida de países em desenvolvimento, entre eles, o Brasil, por meio da troca de dívida. Na ocasião, Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) foram adquiridos para dar garantias do pagamento dos novos bônus.

Sarkozy disse que o governo francês tem trabalhado com os bancos e com as seguradoras no plano para rolagem da dívida da Grécia. Segundo ele, a distribuição dos vencimentos em 30 anos e a estruturação dos bônus de tal modo, oferecendo um retorno adicional no evento de crescimento excepcional do país representa “um sistema, sem dúvida, interessante para todos os países”. “A ideia é que não abandonemos a Grécia e que também defendamos o euro, o que é do interesse de todos”, afirmou Sarkozy.

Os governos europeus querem que suas instituições financeiras domésticas rolem até 30 bilhões de euros em bônus gregos que vencem nos próximos anos para dividir o fardo de uma nova ajuda ao país. Mas o plano deve ser desenhado cuidadosamente para evitar que as agências de rating declarem que a Grécia não pagou suas dívidas. As agências podem considerar um default caso haja alguma perda para os investidores, mesmo que o processo seja voluntário. O Banco Central Europeu (BCE) advertiu, por seu lado, que não aceitará bônus gregos como garantia para acesso a suas linhas de empréstimo caso seja declarado uma moratória. As informações são da Dow Jones.

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