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Imóveis menores se valorizam mais em Curitiba

As perspectivas para o mercado de imóveis em Curitiba continuam positivas. Segundo previsões do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR), o setor deve continuar crescendo em ritmo acelerado até o ano de 2015, o que irá possibilitar novos investimentos e negócios.

A quantidade de unidades liberadas para construção devem crescer 26%, passando de 27.840, em 2009, para cerca de 35 mil em 2010. E o que chama a atenção, é que nos últimos anos, as unidades têm diminuído de tamanho. Em 2008, a área média de imóveis construídos na cidade era de 152 metros quadrados. Em 2009 passou para 123 e, este ano, está em 114.

“Isto se deve a uma mudança no perfil do comprador, que atualmente tem menos de 30 anos de idade. Além disso, também tem influência de programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida”, afirma o presidente do Sinduscon-PR, Hamilton Franck.

A capital paranaense também deve fechar o ano de 2010 com 4 milhões de metros quadrados de áreas licenciadas para construção de imóveis residenciais e comerciais, verticais e horizontais.

O número representa um aumento de 17% em relação a 2009, quando foram licenciados 3.421.791 de metros quadrados. Curitiba sempre teve uma velocidade de venda de imóveis conservadora, de aproximadamente 8%.

Este ano, a velocidade observada tem sido de 11%, apesar de os preços dos imóveis terem aumentado em relação a 2009. O metro quadrado de imóveis comerciais foi o que teve maior aumento: de R$ 2.992,99 para R$ 3.600,96. O dos verticais passou de R$ 2.249,96 para R$ 2.740,55, e o dos horizontais de R$ 2.074,34 para R$ 2.538,78.

“A região do Batel é a que ainda tem o valor do metro quadrado mais caro. O preço varia de um empreendimento para outro, mas pode chegar a R$ 5 mil”, diz Hamilton. “Não existe uma área da cidade que concentre maior procura por parte dos consumidores ou maior número de investimentos. Em geral, a procura e os investimentos estão sendo realizados em todas as regiões, conforme a disponibilidade de terrenos. Apenas no que diz respeito a imóveis verticais com muitos andares e blocos, os investimentos tem acontecido de maneira mais forte no Ecoville e também no Cabral e Juvevê”.

Intenção de compra em Curitiba

De acordo com uma pesquisa de intenção de compra para os próximos três anos realizada pelo Sinduscon-PR no último mês de novembro, um terço das pessoas que querem adquirir imóveis buscam apartamento, e dois terços casas e sobrados. A maioria das pessoas (85%) querem comprar para uso próprio e 12% para investimento.

“A maioria dos que demonstram intenção de aquisição buscam imóveis de R$ 150 mil a R$ 250 mil”, comenta o consultor do Sinduscon-PR, Marcos Kahtalian. As principais fontes de crédito para compra de imóveis continuam sendo a caderneta de poupança e o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

Também como perspectivas para os próximos anos, o Sinduscon-PR acredita que a Copa de 2014 pode gerar um aporte de recursos na área da construção civil. A consequência negativa do crescimento no setor é que pode faltar mão-de-obra especializada e materiais.

“A falta de mão-de-obra tem sido enfrentada com capacitação de trabalhadores e mecanização. Porém, temos um gargalo na área de materiais. Isto não quer dizer que as obras vão atrasar, mas que as empresas terão que se planejar para evitar problemas”, informa o presidente.

O mercado formal da construção civil emprega cerca de 80 mil trabalhadores na capital. O sindicato informa que Curitiba é a cidade com menor taxa de inadimplência do País, correspondente a 35%.

No Paraná, a taxa é de 45% e, no Brasil, de 52%. Em nível nacional, em 2009, a construção civil empregou 10 milhões de trabalhadores, com ou sem carteira assinada.