Barral prevê saldo da balança comercial de US$ 16 bi

O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, disse hoje que o País deve encerrar o ano com o saldo da balança comercial em US$ 16 bilhões, valor cerca de 40% menor que o registrado em 2009. Até a primeira semana de dezembro, a balança comercial brasileira acumula superávit de US$ 15,513 bilhões, 33,7% a menos que os US$ 23,482 bilhões do mesmo período do ano passado.

Para 2011, de acordo com o secretário, os números ainda não foram fechados. “Estamos trabalhando nesses dados agora, não temos esse número ainda”, afirmou, depois de participar da 29.ª Reunião Plenária do Conselho Empresarial Brasil-EUA (Cebeu) da Câmara Americana de Comércio (Amcham), na capital paulista.

Segundo Barral, o governo tem vários fatores a serem levados em conta para fechar o cálculo dos números de 2011. “A recuperação das economias europeia e americana ainda é incerta. Temos também a questão do câmbio e a dos investimentos estrangeiros no Brasil, não é uma equação simples”, afirmou.

De acordo com o secretário, ainda não é possível prever se o País vai registrar déficit na balança comercial em 2011. “Não dá para dizer se vamos ter déficit”, disse. “A importação neste ano cresceu muito por conta da demanda interna. Alguns elementos, como a redução de disponibilidade de crédito, também reduzem a importação, da mesma forma como os investimentos no Brasil, que estão sendo feitos em toda a cadeia química, também reduzem a importação.”

O secretário afirmou que o governo avalia as propostas apresentadas pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para aumentar a competitividade das exportações. “Nós estamos trabalhando com isso. A Anfavea tem propostas muito interessantes, mas é importante notar que todo o sistema de exportações de veículos no Brasil já tem uma desoneração muito forte. Eles têm reclamado mais da burocracia”, disse. “O custo de um carro parado no pátio é um custo que se incorpora ao preço do carro. É nisso que temos trabalhado. A maioria das propostas trata da redução de custos, insumos e burocracia.”

Na avaliação de Barral, não é possível relacionar apenas a valorização do câmbio às dificuldades dos exportadores. “O câmbio se tornou importante em razão dos outros elementos. Se tivéssemos uma logística mais barata, um sistema tributário mais simples e menos burocracia, o câmbio não seria tão importante. A medida que não conseguimos avançar nas outras reformas, o câmbio se torna um elemento fundamental”, explicou.

Segundo ele, propostas para solucionar questões na área de logística e burocracia em cerca de 40 setores farão parte da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) 2011-2014, que será apresentada à presidente eleita, Dilma Rousseff.

De acordo com ele, apesar do câmbio valorizado, as exportações para os Estados Unidos cresceram 19,5% neste ano, embora as importações norte-americanas tenham aumentado 35%. “Temos crescido bastante. Houve uma recuperação importante em relação ao ano passado, que foi um ano de queda, embora ainda não tenhamos recuperado os níveis pré-crise”, afirmou.

Barral disse que, do total de exportações brasileiras para os Estados Unidos, 50% são produtos manufaturados e 40% correspondem ao comércio entre matrizes e filiais. “Nossas exportações aos Estados Unidos cresceram mais neste ano que as da China e do Japão. Estamos conseguindo alcançar um market share maior nos EUA.”

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