Setembro teve início em Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba, em clima de celebração. Ontem, o presidente da Caterpillar Brasil, Luiz Carlos Calil em reunião com o prefeito de Campo Largo, Edson Basso, anunciou que serão transferidas para o município as linhas de produção de três modelos: a retroescavadeira (416E) e duas carregadeiras de rodas (a 924H e 928h).
O objetivo é garantir o aumento da capacidade produtiva da Caterpillar tanto em Campo Largo quanto na matriz em Piracicaba (SP). Além da previsão de novos empregos e aumento de arrecadação municipal, o endereço da nova unidade da Caterpillar será na área que foi ocupada pela montadora Chrysler, desativada em 2001.
“O investimento previsto para os próximos dois anos entre as duas unidades – Paraná e São Paulo – será da ordem de US$ 180 milhões, na proporção aproximada de 50% para cada “, prevê Calil.
Segundo o presidente, a empresa pretende entrar em funcionamento no Paraná no segundo semestre de 2011. “Investimentos desse porte trazem por trás estratégias arrojadas, por isso que acreditamos estar em atividade na nova unidade no terceiro trimestre de 2011”.
A decisão da empresa de ampliar os negócios no Brasil vem ao encontro do bom momento econômico e da perspectiva de uma demanda ainda maior nos próximos anos com as obras do Programa de Aceleração do Acrescimento (PAC) e eventos como Olimpíadas e Copa do Mundo no Brasil.
“Já estamos trabalhando com um demanda muito aquecida, a ponto de haver fila de espera de até quatro meses para a aquisição de alguns dos nosso modelos”, aponta Calil, acrescentando que medidas como o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) fizeram toda a diferença no crescimento das vendas.
A escolha por Campo Largo, segundo o presidente, foi motivada por vários fatores que vão desde a localização estratégica do endereço, passando pela possibilidade de remodelar as instalações existentes e o perfil da população local. “Pretendemos ter em nossos quadros 90% de funcionários da região”, garantiu o presidente.
Isso será viabilizado por meio de cursos de capacitação oferecidos pela própria empresa e pela prefeitura de Campo Largo por meio de convênios com diversas entidades como o Instituto Federal do Paraná (IFPR) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
“Nossa empresa investe no funcionário e há muito tempo é considerada como uma universidade de conhecimento. Por essas razões temos um turn over inferior a 1% e apresentamos funcionários com alta empregabilidade”, afirma Calil.
Nos próximos 24 meses a empresa pretende criar 1,2 mil empregos diretos, sendo que metade deverá ocorrer no decorrer do segundo semestre de 2011. “Quando estiver em pleno funcionamento, a unidade paranaense da Caterpillar Brasil vai permitir que nossa empresa dobre o volume dos três modelos que, hoje, são produzidos em Piracicaba”, antecipa Calil.
Cidade duplica a arrecadação em apenas três anos
A Caterpillar é a terceira empresa, só neste ano, a anunciar investimentos de grande porte no município de Campo Largo. Ela soma-se à produtora de motores para veículos Fiat Powertrain Technologies (FPT) e à fábrica de embalagens Sig Combibloc. A primeira planeja investir R$ 250 milhões e a segunda, R$ 90 milhões.
“É muito triste ver um chão de fábrica parado, como nosso município vivenciou há alguns anos, mas conseguimos reverter a situação plenamente e a instalação da Caterpillar vem coroar todo o trabalho realizado até o momento”, destaca o prefeito Edson Basso.
A previsão é de que entre 2013 e 2014, quando as três empresas estiverem em plena atividade, Campo Largo consiga dobrar a arrecadação que é estimada em R$ 100 milhões.
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“Queremos ocupar as primeiras posições em arrecadação no Estado e apresentarmos um panorama muito mais próspero para os nossos cidadão”, explicou o prefeito.
Para que a geração de empregos decorrente das novas empresas contemple a mão de obra local, o município investe na capacitação por meio de parcerias e convênios com entidades de capacitação profissional.
A principal ação nesse sentido é a criação de três cursos técnicos – Eletrotécnica, Agroecologia e Mecânica -realizados pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR). “Por enquanto os cursos são ministrados na Escola Municipal Reino da Loucinha, mas já doamos um terreno para a viabilização de um campus do IFPR, só falta o aval de Brasília”, conta Basso.