Pesquisa

Grande problema do emprego é a rotatividade

A grande rotatividade de trabalhadores é um dos problemas que atingem as empresas dos setores industrial e de serviços do Paraná. Em todo estado, a rotatividade média anual é de cerca de 42%.

Isto significa que, a cada doze meses, as empresas perdem quase metade de seus funcionários, acumulando prejuízos com recrutamento, seleção e treinamento.

A constatação faz parte de um levantamento inédito de indicadores de recursos humanos (RH), desenvolvido no ano de 2008, pela consultoria Bachmann & Associados, em parceria com a seccional paranaense da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-PR) e Instituto Superior de Administração e Economia/ Fundação Getúlio Vargas (Isae/FGV). Foram ouvidas 102 empresas do estado, sendo 42% do interior.

“A alta rotatividade acontece principalmente no setor de serviços, em função do varejo, que substitui suas equipes com mais frequência. Muitas vezes, ela é precoce. Segundo o levantamento, 60% das indústrias e das empresas de serviços perdem 5% de seus funcionários ainda no período de experiência, ou seja, nos três primeiros meses após a contratação. Nestes casos, há desencontros de expectativas entre empregadores e empregados”, afirma o superintendente do Isae/FGV, Norman de Arruda.

No que diz respeito aos investimentos realizados nas novas contratações, o estudo indica que a área industrial destina 1,8% de seu tempo produtivo ao treinamento de colaboradores. Em serviços, o índice é de 1,4%.

“No setor de serviços, os investimentos são menores devido à uma questão cultural. No passado, este setor não era tão profissionalizado. Porém, nos últimos anos, a profissionalização é bem maior, embora ainda não exista a cultura do treinamento. O índice ideal de investimento depende do segmento e do tipo de produto ou serviço oferecido por cada empresa”, diz a presidente da ABRH-PR, Sônia Gurgel.

Em relação ao absenteísmo (fração do tempo não trabalhado em decorrência das ausências) dos trabalhadores, o setor metalúrgico é o que acumula o maior índice de faltas: 5,2% do universo de dias trabalhados.

Já sobre acidentes de trabalho, a pesquisa indica que, na indústria, são registradas 9,3 ocorrências a cada um milhão de horas trabalhadas, sendo os setores químico e metalúrgico os de maiores riscos. Em serviços, o índice é de 5,7.

“A grande rotatividade, os acidentes e os altos índices de absenteísmo fazem com que o pagamento de horas extras por parte das empresas também seja grande, pois os trabalhadores em atividade acabam tendo que cobrir as funções dos inativos. A indústria paga 4,5% de horas extras do total de horas trabalhadas e o serviço 3,1%”, comenta Sônia. “Outro índice de destaque no levantamento é sobre a equidade de gênero. Nos serviços, as mulheres representam 51,5% dos trabalhadores. Na indústria, 23,2%”.

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