Iapar apresenta nova variedade de trigo

O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) anunciou recentemente a criação de uma nova variedade de trigo que promete chamar a atenção do mercado para a próxima safra: o IPR 144. Criado em parceria com a Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa Agropecuária, o novo trigo vem apresentando excelentes resultados em testes e, segundo o pesquisador do Iapar, Carlos Roberto Riede, está chegando para ficar.

Surgido de um cruzamento inicial no ano de 1996, Riede explica que o IPR 144 passou por uma série de exames nesses 13 anos até chegar nessa linhagem.

“Nós fizemos testes no Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul e o resultado final nos agradou bastante. Ele se mostrou ser bem produtivo e adaptável a ambientes diferentes, portanto, pode ser utilizado em qualquer região do nosso Estado. Os produtores rurais se mostraram bem empolgados com o IPR 144 e acredito que ano que vem essa variedade estará no mercado”, revela.

O pesquisador chama a atenção para a produtividade do IPR 144. De acordo com Riede, o novo trigo pode chegar a expressiva marca de quatro mil quilos por hectare. “Nos testes, o IPR 144 obteve um potencial produtivo 9% acima das testemunhas (outras variedades cultivadas para fazer a comparação). Se considerarmos uma variedade normal de trigo, esse percentual chega próximo de 50%. Além disso, ele tem como característica o porte baixo, que agrada os produtores rurais e está pronto para ser colhido em um ciclo de 113 dias, quando o normal é por volta de 130”, informa.

A qualidade da nova variedade de trigo também é uma vantagem a mais se comparada a outros tipos. Conforme explica Riede, o IPR 144 possui qualidade técnica muito forte, sendo indicado para o uso na panificação. “Esse trigo mostrou muito boa desenvoltura para a confecção de pães. Ele possui um glúten mais encorpado e garante uma qualidade a mais para o produto”, avalia.

A resistência a doenças é outro ponto a favor do IPR 144. Segundo os testes realizados com o trigo, ele apresentou uma resistência moderada às principais moléstias que atacam essa cultura. “Uma doença comum ao trigo é a brusone, que ataca diretamente nas espigas. O IPR 144 mostrou uma boa resistência a essa enfermidade. Com a ferrugem, manchas foliares e o oídio, a planta teve uma resistência moderada para combater a enfermidade”, revela.

Mesmo com todos esses benefícios, o pesquisador garante que isso não irá refletir no preço da semente. “O agricultor não terá nenhum custo a mais para contar com o IPR 144 em sua propriedade. Isso significa que o produtor terá em mãos uma semente que vai garantir uma melhor produtividade, ciclo de colheita mais curto e boa resistência a doenças pelo mesmo preço que ele pagaria em uma semente sem essas qualidades”, compara.

O IPR 144 vai participar de diversas vitrines tecnológicas, dias de campo e feiras agropecuárias. Ele está na fase de produção de sementes e espera-se que mil sacas de 50 quilos sejam implantadas ainda em 2009.

Livro divulga processo de cultivo da batata orgânica

Divulgação
Conjunto de textos para técnicos, produtores e estudantes.

Além da revelação de uma nova variedade de trigo, o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) está divulgando também o livro Produção orgânica de batata -Potencialidades e desafios, editado pelo pesquisador do instituto Nilceu Ricetti Xavier Nazareno, que foi escrito por 14 autores do próprio instituto, do Centro Paranaense de Referência em Agroecologia, da Universidade Estadual de Maringá, da Universidade, Estadual de Ponta Grossa, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná e da Embrapa Clima Temperado.

Nazareno informa que o livro surgiu de um projeto do Iapar de se estudar o sistema de produção da batata orgânica. “Esse projeto era de 2004. Enxergamos nessa pesquisa uma possibilidade de lançar em forma de livro, sendo assim solicitamos junto a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) para publica-lo”, diz.

O pesquisador informa que a ideia era de criar um conjunto de textos para que produtores rurais, técnicos, estudantes e pessoas ligadas à área entendesse todo o processo para o cultivo da batata orgânica.

“Essa atividade agrícola exige um bom conhecimento, uma vez que a batata precisa de muitos insumos para se desenvolver. Nesse livro, tratamos de diversos assuntos como manejo de solo, aspectos nutricionais, sistema de produção, variedades da batata, doenças, potencialidade de extração de óleos vegetais, manejo de insetos e pragas, características dos consumidores da batata orgânica, pesquisa junto aos produtores com mais experiência, entre outros assuntos”, comenta.

Para o pesquisador, o livro é uma espécie de “bíblia” da batata orgânica.

“Ele será bem funcional nas mãos de um produtor. Está tudo bem detalhado, com bastante imagem e com uma linguagem de fácil compreensão”, resume Nazareno.

O livro Produção orgânica de batata – Potencialidades e desafios tem 249 páginas e custa R$ 25. Ele pode ser encontrado no Iapar em Curitiba, pelo telefone (41) 3351-7300 e em Londrina, pelo telefone (43) 3376-2000. (FL)