Crise

Frigorífico fecha as portas no município de Paiçandu

A atual conjuntura do setor de carnes fez com que um dos maiores frigoríficos do Paraná fechasse as portas. Desde ontem, os 337 funcionários do frigorífico Mercosul, no município de Paiçandu, na região noroeste, a 10 quilômetros de Maringá, já procuravam orientações do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentos no Paraná quanto ao tramite dos acertos rescisórios. A maior parte dos trabalhadores havia retornado recentemente de férias coletivas de 20 dias.

O grupo Mercosul, um dos maiores do ramo de frigoríficos do País, ainda permanece com sete unidades produtivas. Há cerca de um mês, o frigorífico que possuía em Naviraí (MS) também teve as portas fechadas.

O gerente de Recursos Humanos do grupo, Carlos Alberto Brandalize, disse que a decisão de encerrar as atividades em Paiçandu foi tomada em razão da falta de gado para o abate e do preço alto que os produtores pediam quando podiam oferecer a matéria-prima.

“Como essa situação vinha se perpetuando, a decisão foi fechar a unidade”, explicou. Brandalize conta que boa parte dos clientes no exterior também deixaram de honrar os compromissos, em função da crise na economia mundial.

Segundo ele, no auge da produção, a unidade de Paiçandu chegou a abater 650 cabeças por dia, mas ainda foi prejudicado pelo fechamento temporário dos mercados russo e, posteriormente, do venezuelano.

“Agora estávamos há vários dias sem abate, mas, quando tinha, ficava em cerca de 200 cabeças”, disse. “Tentamos resolver com as férias coletivas, mas não conseguimos.”

Brandalize disse que a empresa vai concentrar as forças na unidade que possui em Nova Londrina, a 180 quilômetros de Paiçandu, onde é feito apenas o desossamento.

A expectativa do grupo é que possa reativar o setor de abate. Se isso acontecer, a previsão é de que cerca de 80 funcionários sejam contratados para se somar aos 400 que trabalham na unidade.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Alimentos de Maringá, Rivail da Silveira, estava em reunião na tarde de ontem. De acordo com o sindicato, o pagamento do 13.º salário deve ser feito no dia 19 e as demais verbas rescisórias divididas em cinco parcelas a partir do dia 15 de janeiro.