ExpoLondrina discute matriz energética

A adição de biodiesel ao óleo diesel, de 3%, em vigor desde o dia primeiro deste mês, foi um dos temas discutidos durante o dia de ontem na ExpoLondrina, durante o 4.º Seminário do Biodiesel. Segundo o coordenador do programa estadual de bioenergia da Seab/PR, engenheiro agrônomo Richardson de Souza, a disponibilidade de matéria-prima é o maior entrave para a produção do biodiesel no País. ?Essa questão é o grande desafio para tornar o biodiesel economicamente viável?, comentou.

Segundo ele, a obrigatoriedade e os incentivos que o governo federal oferece à indústria de biodiesel e aos agricultores, pode incentivar a ampliação do cultivo da matéria-prima. Souza afirmou que a ampliação da porcentagem da mistura de biodiesel ao diesel em 3% significa a necessidade de produção de 1,2 bilhão de litros do combustível biológico. ?No ano passado, a produção de biodiesel atingiu 400 milhões de litros, ou seja, precisamos triplicar o volume produzido?, observou.

No Paraná existem três usinas de biodiesel, mas apenas uma está em produção, a da Big Frango, em Rolândia, que utiliza gordura animal de sua própria produção e utiliza o biocombustível para seu abastecimento.

O agrônomo disse que as outras duas empresas, que também estão instaladas em Rolândia, não estão produzindo por problemas conjunturais e falta de matéria-prima. ?A matéria-prima disponível (soja) não é economicamente viável. Não há produção comercial, as usinas trabalham com muita cautela?, comentou.

Mesmo assim, afirmou Richardson, o Paraná deve receber duas novas grandes usinas de biodiesel. Uma já está em construção, em Marialva, e terá capacidade para produzir 110 milhões de litros/ano. A outra, ainda em fase de projeto, deverá ser implantada pela Petrobras em Palmeira, e poderá processar 113 milhões de litros/ano.

Ele observou ainda que o governo federal, quando definiu o biodiesel como matriz energética do País com foco na agricultura familiar, as usinas ganharam incentivos tributários para adquirir matéria-prima desta categoria de produtores. ?A usina que cumprir os contratos com os produtores recebe um selo social do Ministério do Desenvolvimento Agrário?, comentou.

Isso, segundo Souza, já refletiu na elevação da área plantada com mamona no Paraná. O agrônomo afirmou que a usina Brasil EcoDiesel, que atua em vários estados do País, firmou contrato com 400 agricultores do Paraná para comprar mamona a R$ 0,75/kg. Com isso, a área cultivada com a oleaginosa saltou dos 70 hectares do ano passado para 626 hectares neste ano.

Os pequenos produtores também contam com incentivos de crédito para cultivar a mamona. Richardson afirmou que há linhas de crédito do Pronaf inclusive para aqueles já contrataram o programa. ?Os produtores que comprovarem que vão plantar mamona podem solicitar uma nova linha do Pronaf?, afirmou.

Leilões

Até ontem, 13 dos 31 leilões previstos para a 48.ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina já haviam sido realizados, com resultado parcial de comercialização de R$ 6.600.382,00, segundo os organizadores. Dados oficiais com base nas planilhas das leiloeiras realizadoras dos remates serão divulgados até o final da exposição.

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