Brasil crescerá acima da média mundial em 2008, prevê FMI

Na contramão das turbulências provocadas pela crise nos Estados Unidos, o Brasil deverá crescer mais que a média mundial em 2008 segundo relatório apresentado nesta quarta-feira (9) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

A previsão é de que o Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas no país) subirá 4,8% neste ano 0,3 ponto percentual a mais que a projeção divulgada em janeiro e mais de um ponto percentual superior aos 3,7% de crescimento global projetado para este ano.

Há duas semanas, o FMI tinha reduzido a estimativa de expansão da economia mundial em 0,5 ponto percentual, por causa da crise na economia norte-americana. Para 2009, no entanto, prevê crescimento de 3,7% para a economia brasileira, contra 4% no relatório anterior. Na avaliação do Fundo, o ritmo de expansão do país no próximo ano seria pouco inferior aos 3,8% projetados para a economia mundial no período.

Segundo o relatório Perspectiva Econômica Mundial, o Brasil e a América Latina resistirão desaceleração dos Estados Unidos. A previsão geral é de que as economias [da América Latina] serão afetadas, mas não esmagadas pela diminuição no ritmo dos Estados Unidos e de outras economias desenvolvidas, destacou o documento.

Para o FMI, o comportamento das economias latino-americanas indica uma mudança em relação s últimas crises internacionais, como a quebra das bolsas asiáticas, em 1997, e a crise da Rússia em 1998. A América Latina foi duramente atingida pelas desacelerações nos Estados Unidos, seu principal parceiro comercial. Isso [a situação atual] seria um desdobramento diferente de períodos anteriores de pressões externas.

O estudo aponta que a América Latina deverá crescer 4,4% neste ano e 3,6% em 2009. O Brasil, no entanto, não está entre os países que liderarão o crescimento no continente. Pelas projeções, as maiores expansões deste ano ocorrerão na Argentina e no Peru (7%), no Uruguai (6%) e na Venezuela (5,8%). Com 4,8%, o Brasil vem em seguida, só superando a Colômbia (4,6%) e o Chile (4,5%), entre as maiores economias da região.

Para o FMI, o bom desempenho das economias latino-americanas pode ser explicado pelo preço das commodities (bens primários com cotação internacional), que impulsionou as exportações. No caso do Brasil, o fundo também destacou o crescimento da demanda interna, com queda nos juros e no desemprego.

A exceção é o México, cuja economia está atrelada dos Estados Unidos por causa do Acordo de Livre Comércio para a América do Norte (Nafta): o crescimento projetado é de 2% neste ano e de 2 3% em 2009.

Na semana passada, o FMI reduziu de 4,1% para 3,7% a previsão de crescimento para a economia mundial neste ano. A estimativa para o crescimento dos Estados Unidos em 2008 caiu de 1,5% para 0,5%.

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