Número de cheques sem fundos cresce 19,5%

São Paulo (AE) – Levantamento divulgado ontem pela empresa de análise de crédito Serasa mostrou que o índice de cheques devolvidos por falta de fundos no Brasil diminuiu 8,6% em abril, na comparação com o mês anterior. No período, foram compensados 155,6 milhões de cheques e 2,9 milhões voltaram por falta de fundos, o que correspondeu a um índice de 19 cheques devolvidos a cada mil. Em março, foram compensados 170,4 milhões de cheques e 3,5 milhões foram devolvidos, com índice de 20,8 a cada mil.

Apesar da queda no indicador, a quantidade de cheques devolvidos foi a maior já registrada para um mês de abril desde 1991, quando a pesquisa da empresa foi criada, e o indicador foi 19,5% superior ao índice do mesmo mês de 2004, quando foram computados 15,9 cheques sem fundos por mil.

Os dados da Serasa apontaram também que, no acumulado do primeiro quadrimestre, foram compensados 647,8 milhões de cheques, dos quais 11,5 milhões foram devolvidos, o que resulta em um índice de 17,8 a cada mil compensados. O indicador representou aumento de 9,8% sobre o resultado dos primeiros quatro meses de 2004, que foi de 16,2. Entre janeiro e abril de 2004, o número de cheques compensados totalizou 697,5 milhões, com 11,3 milhões de cheques devolvidos.

No acumulado de 12 meses, o índice registrou a segunda alta consecutiva e apresentou 16,36 cheques devolvidos a cada mil compensados. Nos 12 meses encerrados em março, esse indicador era de 16,09 cheques devolvidos a cada mil compensados, um crescimento de 1,7%.

De acordo com a Serasa, a queda do número de cheques em abril, na comparação com março de 2005, ocorreu em virtude de fatores sazonais e por causa da base de comparação elevada. A análise em relação ao ano anterior sugere, porém, que a inadimplência com cheques continua elevada e, a análise de longo prazo, quando se considera o acumulado de 12 meses, reforça essa conclusão, segundo a empresa, salientando o atual momento de taxas de juros elevadas e o crescimento do desemprego nos primeiros meses do ano.

?Os fatores que restringem a renda disponível das famílias para o consumo são os principais responsáveis pelo resultado. O aumento do desemprego, a elevação das taxas de juros ao consumidor e o reajuste dos preços de bens e serviços essenciais continuam causando impacto negativo no orçamento das famílias e comprometem o pagamento de suas obrigações?, avaliou a Serasa.

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