Seguidores tentam mudar imagem ruim das bruxas

A imagem da bruxa como uma mulher feia, que só veste roupas negras, usa a vassoura como meio de transporte e pratica ações voltadas ao mal está para ser desmistificada. No Brasil, inclusive em Curitiba, existem centenas de pessoas que seguem a bruxaria como religião e garantem que a mesma não é voltada a energias negativas, mas sim ao culto à natureza.

“Não se sabe ao certo quantas bruxas e bruxos existem no Brasil. Em Curitiba, seguem a religião pessoas de todas as idades e ambos os sexos”, comenta a bruxa Morgana de Avallon – nome inspirado na obra literária As Brumas de Avallon, de Marion Zimmer Bradley -, que é proprietária de uma loja de produtos esotéricos na capital. “A fama da bruxa como uma pessoa malvada é originária dos tempos da inquisição.”

Segundo Morgana, a bruxaria é bastante antiga, já estando presente em diversos países do mundo muito antes do nascimento de Cristo. Seus seguidores não cultuam um único Deus, mas sim um Deus e uma Deusa. Acreditam que da união dos dois é que nasce toda a vida na Terra. “Celebramos a natureza e nos consideramos em igualdade com os animais, minerais e vegetais”, afirma. “Em nossos cultos, ao contrário do que muita gente pensa, não fazemos sacrifícios e não derramamos sangue, pois cremos que tudo é dotado de espírito.”

Os bruxos e bruxas cultuam a Terra, tida como o útero da Deusa e por isso o início de toda vida, e o Sol, tido como uma face de Deus, “pois é ele que fertiliza a Terra”. A Lua é considerada a face da Deusa, “pois assim como a mulher ela é mutável e repleta de fases”.

Os rituais de bruxaria são realizadas sempre ao ar livre. São ligados às fases lunares e às estações do ano. Os rituais feitos de acordo com a lua são chamados “Esbhat” e os realizados de acordo com as estações são denominados “Sabbat”. “Nossos anos são baseados no calendário lunar, em que existem treze meses de 28 dias.”

Ao contrário dos americanos, os seguidores da bruxaria no Brasil (e em todo hemisfério Sul) costumam comemorar o Halloween em 30 de abril e não em 30 de outubro. “Em 30 de outubro, comemoramos a fertilidade. Porém, nosso verdadeiro Halloween é em abril. O dia trinta deste mês simboliza a morte de Deus ou a morte do velho para a entrada do novo. É como se fosse nosso ano novo”, finaliza Morgana.

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