Casa destruída

Irmãos idosos pedem socorro, mas morrem em incêndio devastador na RMC

Um casal de irmãos idosos morreu em um incêndio de grandes proporções numa casa na madrugada desta terça-feira (26) na Rua Monteiro Lobato, próximo ao cruzamento com a Rua Manoel Bandeira, no Tanguá, em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O fogo começou por volta das 4h30 e moradores ouviram pedidos de socorro, mas já era tarde.

Para os moradores, as chamas foram provocadas por uma vela, pois os irmãos, identificados apenas como Terezinha e João, de 75 e 80 anos, respectivamente, estavam sem energia. “Foi cortada por falta de pagamento. Nós achamos que por um descuido a vela pode ter caído em algum dos objetos e o fogo tomou conta”, disse uma vizinha, sem se identificar.

Conforme relatos, a quantidade de coisa que estava dentro e fora da casa fez com que os bombeiros tivessem dificuldade para conter as chamas. “E nós acreditamos que isso também tenha impedido que os dois conseguissem sair. Eu gritava para que ela saísse pelos fundos, mas ela não conseguia. Só depois, quando o fogo foi apagado, que a gente viu como a casa era por dentro. Tinha muita roupa, muitos objetos, não cabia nem os dois direito na casa”, contou o vizinho da casa ao lado.

Quatro caminhões-tanque foram necessários para combater as chamas. O fogo tomou conta e destruiu a casa por completo. Por volta das 7h, o incêndio foi contido e os corpos retirados do local pelo Instituto Médico-Legal (IML). Para os bombeiros, não ficou claro o que pode ter dado inicio ao fogo.

Acumuladora

Os moradores contaram à reportagem da Tribuna do Paraná, também sem se identificar, que os dois irmãos moravam há bastante tempo na casa e que Terezinha era acumuladora. “Ela costumava pegar tudo o que via na rua, não escolhia. Nós tentamos falar com a prefeitura, pedir para que alguém ajudasse com tratamento, mas nada foi feito”, contou um dos vizinhos.

De acordo com os moradores, até equipes de reportagem da TV a população chamou, na tentativa de ajudar a idosa, pois eles sabiam que ela estava doente. “Nos disseram que não poderiam fazer a matéria, por ser uma propriedade particular. Mas ela estava visivelmente doente, não sabemos como o irmão dela vivia dentro de tanta coisa acumulada”.

Os vizinhos contaram ainda que Terezinha teria outra casa, próximo da residência que pegou fogo, que também está cheia de objetos, roupas, telhas, pedaços de ferro e tudo o que ela conseguiu pegar. Um filho da mulher, de São Paulo, deve vir para Curitiba para dar sequência ao sepultamento. 

Foto: Colaboração/Tony Mattoso RPCTV