Rio Ivo à mostra

Cratera da Praça Carlos Gomes deve ficar aberta por 15 dias

cratera que engoliu parte de um canteiro e da calçada na Praça Carlos Gomes, no centro de Curitiba na quarta-feira (22), deve ficar exposta por pelo menos 15 dias. O buraco tem dois metros de profundidade e cerca de cinco metros de largura.

A parte que cedeu caiu na galeria do Rio Ivo, que corta Curitiba. O buraco já foi isolado pela Prefeitura de Curitiba, mas continua atraindo olhares de cidadãos que param no local para tirar fotos. Duas equipes da Secretaria Municipal de Obras Públicas trabalhavam no fechamento do buraco nesta quinta-feira (23). Funcionários da Secretaria do Meio Ambiente ajudam na contenção de mais danos com troncos de árvores.

“Como a obra precisará de reforço de concreto e dependemos das chuvas, ela levará pelo menos 15 dias”, explicou o secretário municipal de Obras Públicas, Sérgio Luiz Antoniasse. Ele visitou a cratera na manhã desta quinta-feira (23). Segundo o secretário, um poste de iluminação que está nas cercanias será retirado para facilitar as equipes que trabalham no local.

Antoniasse reafirma que a chuva deve ter provocado o buraco, mas não apenas as pancadas acumuladas dos últimos dias. “Esse processo de perda de estabilidade do solo pode vir de anos”, afirma.

Funcionários da banca de revistas que fica bem próxima da cratera não estão preocupados com a situação. Segundo eles, a Prefeitura informou que não há risco de novos desabamentos. Apesar disso, uma das portas laterais do lugar foi fechado por “precaução”.

Águas de Curitiba

O buraco se formou numa área em que o rio Ivo está canalizado, passando por baixo da praça. “A velocidade e a força do curso da água de um rio canalizado têm maior potencial destrutivo do que a água que corre em curso natural. Além disso, quando se canaliza um rio, existe o risco de o canal não dar conta da vazão da água da chuva”, explica Renato Lima, secretário do Meio Ambiente de Curitiba.

Curitiba possui vários rios quase que inteiramente canalizados. Entre os principais estão o Belém, canalizado desde o Centro Cívico até a Rodoferroviária; o Juvevê, famoso pelas enchentes, que percorre canaletas subterrâneas de 16 bairros; o Água Verde, que nasce próximo à República Argentina e deságua no rio Guaíra, no fim da rua D. Pedro; e o Ivo.

O secretário de Obras Públicas de Curitiba diz que a Prefeitura tem mais de 30 projetos de bacias de contenção em toda a cidade, alguns em fase de finalização. Os sistemas de drenagem aguardam aprovação da Caixa Econômica para liberação de verba federal. Segundo Antoniasse, eles são essenciais para regularizar a corrente das águas pluviais.